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Transporte por app fica até 233% mais caro com greve do transporte metropolitano


 

Preços dinâmicos foram comemorados por motoristas, que tiveram aumento no faturamento na manhã desta quarta-feira (13)

  • Larissa Almeida

Publicado em 14/03/2024 às 05:00:00
Pessoas precisaram recorrer aos carros por aplicativo. Crédito: Ana Lucia Albuquerque/CORREIO

A imagem mais comum ao passar nas imediações da estação Aeroporto nesta quarta-feira (13) era a de pessoas com o celular na mão na frente das passarelas e dos pontos de ônibus próximos. Diferente do habitual, o que motivava o interesse nos smarthphones não eram as redes sociais, mas sim a urgência em se locomover. Diante da greve do transporte urbano metropolitano, para muitos trabalhadores e estudantes a única opção foi recorrer aos aplicativos de transporte, que chegaram a ter aumento de preços de até 233% por conta da demanda excessiva.

Um motorista de aplicativo que preferiu não se identificar contou que uma viagem da estação Aeroporto para a Faculdade Unime, que normalmente custa R$15 pelo trajeto de 4,4 km, chegou a ser cobrada por R$50. Com a necessidade de não perder aulas, muitos alunos embarcaram mesmo cientes de que o preço era muito mais alto do que o normal.

Moradora do bairro de Tancredo Neves, em Salvador, a estudante de Odontologia Olívia dos Santos, de 21 anos, preferiu ficar em casa ao ver os valores do transporte por aplicativo pela manhã. Mas, sem saída por não poder perder aula no turno vespertino, ela recorreu ao Uber e ficou aliviada quando viu que os preços estavam dentro do normal. “Normalmente eu gasto R$11,20 de transporte público por dia, mas hoje vou gastar o dobro porque vou pegar Uber. O aplicativo está cobrando R$9,90 e é um valor ok, o natural de todo dia”, disse.

O motorista de aplicativo Jessé Santos, 49 anos, estava contente por conseguir cumprir a meta diária. Trabalhando desde o início da manhã, ele já acumulava pelo menos sete viagens. “Hoje, uma viagem da Estrada do Coco para o Centro de Camaçari, de R$28 saiu por R$45. Os preços estavam bem dinâmicos e foi favorável. Fiquei sabendo da greve bem cedo, antes de sair de casa. Depois que saí, já faturei R$150”, comemorou.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro.