Trabalhadores da construção pesada protestam por mais contratações nas obras do VLT
Ato aconteceu no bairro da Calçada, nesta sexta-feira (29)
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Tharsila Prates
tharsila.prates@redebahia.com.br
Cerca de 350 trabalhadores participaram na manhã desta sexta-feira (29) de uma manifestação no canteiro de obras do Lote 1 do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), no bairro da Calçada, em Salvador. Segundo a categoria, a construção está paralisada e, na segunda-feira, haverá uma nova assembleia.
A principal queixa é a falta de contratação de mão de obra local. O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial da Bahia (Sintepav-BA) informa ainda que a situação se agrava com a ausência de cumprimento do percentual obrigatório de contratação de pessoas com deficiência (PCDs) e jovens aprendizes, conforme previsto pela legislação trabalhista.
Para o Sintepav-BA, as empresas deveriam priorizar a contratação de mão de obra local, alinhada aos princípios que envolvem a responsabilidade social e o desenvolvimento econômico da região, "mas elas têm optado por contratar profissionais de outros estados, desconsiderando a importância de gerar empregos e renda para a população local, cumprindo parcialmente suas responsabilidades sociais e legais".
Irailson Gazo, presidente do Sintepav, comenta que seria fundamental que fosse estabelecido que 70% dos postos de trabalho fossem destinados a trabalhadores de Salvador, mas, segundo ele, no Lote 1 esse índice é de cerca de 40%. Foi pedida ainda uma fiscalização no Lote 2 [Paripe - Águas Claras], mas a situação seria mais complicada no Lote 1 (Ilha de São João - Calçada).
"É justo deixar uma contrapartida na região onde se investe. É uma obra pública. Precisamos fazer com que a empresa contrate a maioria de trabalhadores daqui. Isso aquece a economia e contribui para a redução do desemprego, tão alto no estado", afirma Gazo. Atualmente, 160 trabalhadores atuam no Lote 1 da obra do VLT.
Outra queixa do sindicato é sobre a qualidade e a composição do café da manhã dado aos operários. Em vez de produtos regionais, como raízes, cuscuz e frutas, o sindicato informa que são servidos apenas dois pães, queijo e café com leite.
O CORREIO tenta contato com o governo do estado em busca de um posicionamento sobre as reclamações do sindicato. O espaço está aberto.