'Sorteios de fachada': influenciadores usavam rifas para lavar dinheiro de facção
Estratégia é usada por organização criminosa para "legalizar" verbas
-
Da Redação
redaçao@redebahia.com.br
As rifas promovidas pelos influenciadores presos nesta quinta-feira (5) funcionavam apenas como fachada para lavagem de dinheiro do tráfico. A partir da promessa de sorteios e premiações, os rifeiros arrecadavam dinheiro com objetivo de "legalizar" o que a organização criminosa ganhava. As informações são da delegada Márcia Pereira, diretora do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco).
"Eles faziam o sorteio e entregavam o prêmio pra alguém. Mas tinham muito mais dinheiro do que arrecadavam na premiação. Não tinha uma fiscalização com relação a essa diferença. Então essa diferença entrava como se fosse proveniente daquele dinheiro. A partir daí esse dinheiro passava a ser lícito, entrava no mercado", detalha. Segundo a corporação baiana, o esquema ilícito movimentou mais de meio bilhão de reais.
A megaoperação envolve os influenciadores Nanam Premiações e Ramhon Dias. Os dois foram presos nesta manhã. Pedro Monteiro, o MC K.U foi conduzido para prestar esclarecimento e depois liberados. Nas casas dos alvos foram apreendidos dezenas de veículos de luxo, relógios, armas de fogo, munições, celulares, roupas de grife, além de dinheiro em espécie.
Ao todo, quatorze prisões ocorreram em Salvador, cinco em Goiás e uma no Ceará. Um suspeito investigado resistiu à prisão e no confronto com os policiais, em bairro de Santa Cruz, foi alvejado e socorrido, mas não resistiu.
A ação, coordenada pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), conta com o apoio dos departamentos Especializado de Investigações Criminais (DEIC), de Inteligência Policial (DIP), de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e de Polícia do Interior (Depin), das Coordenações de Operações e Recursos Especiais (Core), de Operações de Polícia Judiciária (COPJ), e da Corregedoria da Polícia Civil (Correpol), além das polícias civis de GO, CE e ES.