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Saiba tudo sobre a aeronave que caiu e matou cinco pessoas


 

Avião de pequeno porte era regular e estava autorizada a voar

  • Larissa Almeida

Publicado em 25/10/2024 às 05:30:00
Avião de pequeno porte cai no interior de São Paulo depois de se chocar contra morro . Crédito: Reprodução

A aeronave que caiu em São Paulo, na tarde da última quarta-feira (23), e ocasionou a morte de todas as cinco pessoas a bordo era regular e estava autorizada a voar durante o mau tempo. Tratava-se de um avião do modelo Embraer-121 Xingu, fabricado em 1982 pela Embraer. Ele foi adquirido pela empresa baiana Abaeté Aviação em 2006 e, desde então, era utilizado para fazer o serviço de táxi aéreo.

O avião, de matrícula PT-MBU, caiu na Estrada da Fazenda Capela (Caetê), em meio a um temporal, em uma área de difícil acesso, localizada na região rural da cidade de Paraibuna, no Vale do Paraíba, em São Paulo. Com capacidade para até oito pessoas, o veículo aéreo saiu com três passageiros, o piloto e o copiloto de Florianópolis (SC) rumo a Belo Horizonte (MG), onde iriam parar para abastecer. O destino final da viagem era Salvador.

Todos que estavam a bordo eram funcionários da Abaeté Aviação. Tratava-se do comandante Jefferson Rodrigues Ferreira, 36 anos, o copiloto Dulcival da Conceição Santos, 39, a médica Sylvia Rausch Barreto, 31, o mecânico Joseilton Borges, 53, e o enfermeiro Erisson Silva da Conceição Cerqueira. Todos eles eram baianos, exceto Dulcival, que nasceu em Sergipe, mas vivia em Salvador. Em nota, a empresa disse que estava acolhendo a família e oferecendo todo o suporte necessário.

Segundo os registros, a documentação do transporte aéreo estava regular. A Certidão de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) venceria em 25 de junho de 2025 e a situação era considerada normal. O fato de a aeronave ser um bimotor, inclusive, era mais um fator a favor da segurança do veículo, na perspectiva de Raul Marinho, especialista em aviação e diretor técnico da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag).

“O avião tinha dois motores justamente para trazer mais segurança para a operação. Isso significa dizer que, caso um dos motores falhasse, ainda teria o outro que conseguiria manter a aeronave voando”, afirma.

O Aeroporto Internacional de Florianópolis informou que o voo decolou às 16h58 em direção ao Aeroporto da Pampulha, na capital mineira. Por conta da tempestade, o piloto ainda tentou fazer uma mudança de rota, sem sucesso. Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), a aeronave sumiu dos radares de monitoramento às 18h39.

Os bombeiros foram acionados para o resgate e chegaram aos destroços por volta das 23h. “As condições adversas, como a forte chuva, a baixa visibilidade e o estado de destruição da aeronave, têm dificultado a localização das vítimas”, dizia nota inicial da entidade. Ainda na madrugada, eles confirmaram que não havia sobreviventes.

Na noite desta quinta-feira (24), a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que todos os corpos encontrados foram resgatados e encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de São José dos Campos para exames preliminares. Nesta sexta-feira (25), eles serão enviados ao IML Central da capital paulista para serem avaliados e identificados, processo que pode requerer exames de DNA. O local do acidente foi periciado pelo Instituto de Criminalística (IC).