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Gilberto Barbosa
Publicado em 2 de outubro de 2024 às 05:30
Uma opção para quem optar por substituir o azeite de oliva durante a preparação dos alimentos é o óleo de cozinha. É possível encontrar diversas variações do produto nas prateleiras dos supermercados, como o óleo de soja, girassol, milho e canola, por preços que variam de R$ 3,49 até R$ 29,12.
De acordo com a nutricionista Mirtes Aquino, a troca pode ser feita em preparos de refogados, grelhados e massas como bolos e tortas. “Não há riscos há longo prazo nessa substituição se o óleo é usado de forma equilibrada, junto a uma alimentação saudável e rica em alimentos naturais, como as frutas e legumes. Apesar disso, o consumo de gorduras de uma forma geral não deve ser abundante na alimentação”, afirma.
Já o nutricionista Hugo Oliveira explica que o uso na culinária só afeta a qualidade dos ingredientes em casos que o tempo de cocção é prolongado, seja durante um único preparo ou em casos de reuso. “Muita gente tem medo de esquentar os óleos por medo de perder as propriedades e os benefícios. Porém, quando ele é aquecido rapidamente para grelhar uma carne, por exemplo, a temperatura e o tempo de preparo não são suficientes para que haja uma oxidação que o deixe ruim”, conta.
Tanto o azeite quanto o óleo são produtos de origem vegetal. Enquanto o azeite é extraído das azeitonas, que é o fruto das oliveiras, os óleos de cozinha têm origem em outras plantas, como soja, canola, girassol e milho. Apesar de possuírem características e composições nutricionais diferentes, eles possuem uma coisa em comum: o alto índice de gorduras insaturadas, menos prejudiciais à saúde.
“O azeite de oliva tem vantagens nutricionais em relação a esses outros óleos, já que além de possuir pouca gordura saturada, tem um percentual maior de gordura monoinsaturada, que traz ainda mais benefícios, além de ômega 3 e antioxidantes, como polifenóis e vitamina E”, detalha Mirtes.
Nem todos os óleos de origem vegetal são ricos em gorduras insaturadas. Um exemplo é o óleo de coco, que possui um alto índice de gorduras saturadas e deve ser consumido com cautela, em especial por pessoas com problemas cardiovasculares.
Hugo explica que as gorduras monoinsaturadas são associadas a uma diminuição do colesterol e do LDL colesterol, que contribuem para uma maior saúde vascular e cardiovascular e reduzem o risco de problemas como infartos e acidente vascular cerebral (AVC).
“É importante controlar e não usar de forma exagerada porque mesmo que sejam gorduras boas, ainda são bastante calóricas. O excesso aumenta o número de calorias consumidas durante o dia e que são responsáveis pelo aumento de peso e podem levar a problemas crônicos e cardiovasculares”, diz.
Devido ao preço do azeite, alguns mercados estão ofertando um óleo composto, feito a partir da mistura do óleo vegetal com o azeite de oliva. Mirtes relata que apesar de a mistura não oferecer riscos à saúde, os benefícios da compra são mínimos.
“Não há vantagem econômica porque você está pagando mais caro sem saber a proporção de azeite de oliva. É preferível usar um óleo vegetal de boa procedência para cozinhar e usar o azeite na finalização de pratos ou saladas. O pouco uso fazem como mesmo sendo mais caro, o azeite dure mais tempo, com mais benefícios e um sabor melhor”, conclui.
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro