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Saiba como foi a primeira audiência sobre a guarda da filha de Sara Mariano


 

Menina de 11 anos foi ouvida durante toda a manhã

  • Maysa Polcri

Publicado em 29/11/2023 às 14:32:16
Mais três testemunhas serão ouvidas na tarde desta quarta-feira (29). Crédito: Marina Silva/CORREIO

Ainda não há definição sobre quem será responsável pela guarda da filha da cantora gospel Sara Mariano, encontrada morta dia 27 de outubro, e de Ederlan Mariano, apontado pela polícia como mandante do assassinato. A menina de 11 anos foi ouvida por cerca de três horas durante a audiência de justificação, no Fórum da Família, em Nazaré. Essa é a primeira etapa do processo e uma decisão provisória pode ser tomada ainda hoje.

A audiência teve início às 9h20 desta quarta-feira (29) e, às 13h, os advogados das famílias materna e paterna deixaram o Fórum para o intervalo de almoço. Durante todo esse tempo, apenas a criança foi ouvida em um depoimento especial, que acontece em uma sala separada e na presença de assistentes sociais. Como o processo envolve uma menor de idade e é sigiloso, os advogados não deram detalhes sobre o depoimento da menina.

No retorno após a pausa, ainda serão ouvidas três testemunhas chamadas pelos advogados da família materna. A audiência foi marcada depois que Dolores Correia, mãe de Sara Mariano, solicitou à Justiça a guarda da criança. A avó materna mora no Maranhão e, atualmente, a menina está sob a guarda da família de Ederlan.

Ainda não se sabe se a juíza Lídia Isabela Gonçalves definirá a guarda provisória ao final desta quarta-feira. “Essa é uma audiência inicial de justificação prévia. Pelo procedimento, se ouve as testemunhas da parte autora para que a magistrada possa tomar sua decisão em relação a guarda”, explicou Joeline Araújo, advogada da família de Sara Mariano.

Estão presentes no Fórum da Família os avós paternos e maternos. Dolores Correia chegou ao local antes das 9h e, diferentemente de outras ocasiões, não quis falar com a imprensa. Ela também não deixou o local na pausa para o almoço. “A nossa expectativa é que a juíza entenda pela manutenção da guarda com a família materna, que observe que a mãe da menor foi vítima de feminicídio. Mas não sabemos se a decisão será tomada hoje pelas peculiaridades do caso”, disse a advogada.

A família materna ficou 21 dias sem ter contato com a menina, até que o Ministério Público da Bahia (MP-BA) decidiu pela convivência provisória com a mãe de Sara Mariano. A menina prestou depoimento na Delegacia de Repressão a Crime contra a Criança e o Adolescente (Dercca) na manhã do dia 21.

A decisão sobre a guarda definitiva só deverá ser tomada depois que outras audiências aconteçam. Os avós maternos e paternos ainda deverão ser ouvidos ao longo do processo. O advogado Otto Lopes, que representa a família paterna, voltou a dizer que as cartas apresentadas pela defesa de Ederlan foram escritas pela criança. “Durante a audiência, ela disse que abriu o estojo e escreveu, por livre e espontânea vontade, várias cartas que foram entregues a mim”, falou o advogado.

Otto Lopes disse ainda que Ederlan Mariano, que está preso no Complexo da Mata Escura desde o dia 28 de outubro, está ansioso com a decisão. “Ele está ansioso para que as investigações sejam finalizadas e que ele tenha sua liberdade restabelecida. Em momento algum ele confessou participação no crime”, completou. A prisão temporária foi prorrogada por mais 30 dias na última sexta-feira (24).