Risco até no raso: veja 10 dicas para evitar afogamentos de crianças em piscinas
Uma criança de 3 anos morreu afogada em um condomínio de Salvador, no último sábado (16)
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Maysa Polcri
maysa.polcri@redebahia.com.br
As altas temperaturas e os dias ensolarados são convites para banhos no mar e na piscina. Mas pais e responsáveis devem ficar atentos aos riscos de afogamento. Essa é a segunda principal causa de morte de crianças brasileiras de 1 a 4 anos de idade. No sábado (16), Sophia Sobral Souza, de apenas 3 anos, morreu após se afogar na piscina de um prédio no Imbuí, em Salvador.
A pediatra Ana Patrícia Almeida ressalta que os acidentes por submersão são preveníveis e faz o alerta: crianças nunca devem ficar desacompanhadas em piscinas e na praia. "Mesmo aquelas que já sabem nadar não devem ficar desacompanhadas, e isso vale para quem faz uso de boias, que deve ser supervisionado por adultos", explica. Boias e coletes de espuma são mais recomendados, já que as infláveis têm mais risco de estourar.
Dados do Boletim Epidemiológico de Afogamentos no Brasil deste ano, feito pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), apontam que, em 2022, o afogamento foi a segunda causa de morte mais comum na faixa etária entre 1 e 4 anos. Além de ser a quarta entre pessoas com 5 e 24 anos no país. Naquele ano, foram registradas 1.397 mortes de crianças por afogamento - uma média de três por dia.
"É preciso ensinar às crianças a sobrevivência na água que inclui, basicamente, que ela aprenda a flutuar. As crianças que circulam perto da piscina com vários adultos precisam que um deles seja responsável exclusivamente pela atenção", indica a pediatra Ana Patrícia Almeida. Entre os meses de dezembro e março, período mais quente do ano, são registradas quase metade (45%) dos afogamentos, de acordo com a Sobrasa.
Ana Patrícia Almeida
"As crianças maiores também podem, acidentalmente, bater a cabeça e desmaiar ou fazer apneia por diversão e acabar gravemente comprometida. Então, a supervisão é essencial"
A Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático indica ainda que as piscinas de condomínio sejam protegidas com grades de 1,5m x 12 cm, para aumentar a segurança de crianças. Os filtros das piscinas devem estar desligados durante o uso e os ralos mais recomendados são os que evitam a sucção de cabelos. Alertas devem indicar que pular na piscina é proibido.
No sábado (16), Sophia Sobral Souza chegou a ser levada ao Pronto Atendimento Alfredo Bureau (UPA do Marback), mas não resistiu ao afogamento. De acordo com o boletim de ocorrência que foi registrado na 9ª Delegacia, a menina ficou submersa na piscina e chegou a ser socorrida pela família e por vizinhos. O caso é investigado pela Polícia Civil.
Em outubro, uma outra criança também foi vítima de afogamento na Bahia. Alice Antunes da Silva, 4, estava na piscina de um clube particular quando se afogou. Ela estava acompanhada da mãe e do irmão, segundo relato de familiares. O caso aconteceu em Cansanção, no norte do estado.
Medidas de prevenção em piscinas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático
Crianças devem sempre estar sob a supervisão de um adulto
Isole a piscina - tenha grades com altura de 1.50 mts e 12 cm entre as verticais
Boia de braço não é sinal de segurança, é preciso que a criança seja supervisionada
Evite brinquedos próximo a piscina. Eles atraem as crianças
Desligue o filtro da piscina em caso de uso
Não pratique hiperventilação para aumentar o fôlego sem supervisão confiável
Cuidado ao mergulhar em local raso (coloque aviso)
Ensine sua criança a nadar a partir dos 2 anos
Use ralos que evitem a sucção dos cabelos
Dê preferência aos coletes e boias de espuma