Retirar o gás na revendedora garante economia de até R$ 20; veja mais dicas para baratear produto
Diferença de preço, de acordo com a distribuidora, chega a ser de R$ 15
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Perla Ribeiro
perla.ribeiro@redebahia.com.br
Com o novo aumento no valor do botijão de gás, que entrou em vigor nesta segunda-feira (2), o vasilhame do produto de 13kg pode chegar a R$ 158 em Salvador e Região Metropolitana (RMS). No entanto, o consumidor pode adotar algumas estratégias para baratear a compra. De acordo com o presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sinrevgas), Robério Souza, o cliente que retira o botijão de gás nos pontos de venda consegue economizar, em média, R$ 20.
Ele informa ainda que o gás de cozinha costuma ser mais barato nos bairros populares e, além disso, a diferença de preço, de acordo com a distribuidora, chega a ser de R$ 15. De acordo com Souza, o consumidor que colocar todas as dicas em prática pode conseguir comprar um botijão de gás por até R$ 115. Ou seja, vai garantir uma economia em torno de R$ 40.
Atuamente, quatro grandes distribuidoras atuam na Bahia: Ultragaz (antiga Brasilgás), que detém 58% do mercado baiano e oferece desconto de R$15 para assinantes do CORREIO; Supergasbras; Nacional gás (antiga Butano); e a Liquigás. "A diferença entre o botijão da Ultragaz e a marca mais barata é em torno de R$ 15. Já a diferença entre as outras marcas é em torno de R$ 2 a R$ 3, sendo que a Supergasbras costuma ser a mais barata", explica Robério Souza.
Ao todo, nove reajustes foram aplicados ao longo de 2024. De novembro pra cá foram dois. O primeiro foi de 10,5% - o maior do ano - e agora inflou em mais 9,5%. Um estudo realizado pelo setor no ano passado indicava que uma família com até quatro pessoas costumava consumir um botijão de gás num intervalo de 30 a 35 dias, mas esse desempenho variava de acordo com um conjunto de fatores.
No caso das famílias numerosas, em que o consumo de gás é alto e chega a usar até dois botijões por mês, o custo vai comprometer mais de R$ 300 do orçamento. O presidente do sindicato, que também é proprietário de uma revendedora, explica que os aumentos recorrentes impactam não só a vida dos consumidores como também a dos revendedores.
"Para o consumidor é uma dificuldade conviver com esses aumentos frequentes. Ele tem que fazer malabarismos para comprar o gás e tem até gente que já está usando etanol e resto de madeira pra cozinhar. E nós sentimos o impacto nas vendas a cada novo aumento. No aumento de novembro, teve revendedor que não repassou ao consumidor, mas agora, vai ter que repassar e pode ser até maior do que o previsto, porque tem o que ficou represado", diz.
Embora exista uma refinaria na RMS, o presidente do Sinrevgas informa que a Bahia tem o botijão de gás mais caro do Nordeste. "Mesmo sendo um estado privilegiado por ter uma refinaria, no Brasil, só perdemos para algumas cidades da região Norte, que dependem de uma logística mais cara, por conta da localização. São localidades que têm frete caro, que dependem do transporte hidroviário", explica.
A Bahia possui 4.800 revendedoras de gás, sendo que 1.200 delas estão na capital baiana. A estimativa do setor é que são vendidas 800 mil unidades de botijão de gás por mês em Salvador e RMS, do tipo P13, que possui 13kg de gás. Em épocas festivas, com forte apelo para as ceias, como São João, Natal e Réveillon, há um aumento no consumo de gás e as vendas chegam a registrar aumento de até 10%.
O produto sofreu um reajuste de 9,47% para as distribuidoras. A alta foi confirmada pela Acelen, empresa que administra a Refinaria de Mataripe, em São Francisco do Conde, na RMS. Em nota, a Acelen justificou que os preços dos produtos da Refinaria de Mataripe seguem critérios de mercado que levam em consideração variáveis como custo do petróleo, que é adquirido a preços internacionais, dólar e frete, podendo variar para cima ou para baixo.
"A empresa ressalta que possui uma política de preços transparente, amparada por critérios técnicos, em consonância com as práticas internacionais de mercado", acrescentou.