Reta final da votação leva eleitores para colégios de Camaçari
Eleitores aproveitam colégios vazios para votar no seu candidato
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Gilberto Barbosa
gilberto.neto@redebahia.com.br
Um personagem típico do período eleitoral é o eleitor que vai votar pouco antes do encerramento do período de votação. Em Camaçari não foi diferente: a reta final do segundo turno das eleições municipais levou as pessoas para os colégios e zonas eleitorais.
A correspondente jurídica Neuma Francisca, 47 anos, votou na Escola Municipal Edvaldo Machado Boaventura, no Centro. Ela contou que decidiu ir no final da tarde devido a baixa circulação de pessoas. "Eu sempre votei nessa escola e esse horário é sempre tranquilo. Fiquei sabendo que houve uma confusão pela manhã, mas agora não tem nada", disse.
A confusão citada por Neuma ocorreu no Colégio São Tomaz de Cantuária, que fica ao lado da unidade e envolveu apoiadores e fiscais das chapas. O tumulto reflete o acirramento da campanha, marcada por acusações de ambos os lados. "Eu vi muitas mentiras e acusações desnecessárias. Estamos em pleno século XXI e já passou da hora dos candidatos focarem em propostas. Esse segundo turno foi muito bom porque vai refletir a decisão da população, que teve mais 15 dias para definir o seu voto", avaliou.
Os irmãos Victor e Vitória Sacramento, 21 e 23 anos, respectivamente, foram ao Colégio São Tomaz de Cantuária acompanhados da mãe, Cibele. Os adesivos na camisa mostravam a preferência da família que analisou o clima na cidade antes da votação. "É visível que a cidade está dividida, mas por enquanto está tudo normal. Eu não sei como vai ser após o resultado, já que as pessoas vão começar a beber, discutir e isso pode ser bem perigoso. Acho que os lados estão bem definidos, com poucas pessoas virando voto", falou Victor
"Nesses últimos dias vimos o trio de um candidato andando na rua e no outro lado da via passava o carro do adversário. Essa polarização ficou em todos os bairros da cidade", completou Vitória.
Quem também votou no Colégio São Tomaz de Cantuária foi a recepcionista Gabriela Amaral, 23 anos. Ela foi com a amiga Alice Gabriela, 24, que votou no Centro Educacional Maria Quitéria, localizado na mesma região. A dupla reflete a polarização da cidade, já que elas escolheram candidatos diferentes. "Trabalhamos aqui no Centro e toda hora passava o carro de um candidato diferente. O final da tarde costuma ser mais tranquilo, só no primeiro turno que teve o problema com as urnas. A disputa está bem acirrada, não sei dizer quem vai ganhar", afirmou Alice.
"Eu tinha até comentado que parecia um clima de velório, porque está tudo muito parado. A quantidade de policiais na rua é muito maior do que o primeiro turno e isso colaborou para essa tranquilidade", relatou Gabriela.
O relógio chegava às 17h quando o técnico em informática Ariosvaldo Oliveira, 69 chegou ao Centro Educacional Maria Quitéria, segunda maior zona eleitoral de Camaçari. Ele relatou que costuma ter o hábito de votar pela manhã. "Como só teria o voto para prefeito, decidi vir de tarde. Essa disputa é natural, mas eu espero que o meu candidato vença. Eu não tentei virar voto, mas conversava com a minha família sobre o momento político que vivemos. Cada um toma a sua decisão, então eu espero que eles tenham escolhido a melhor opção", declarou.