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Produtos artesanais são destaque em Feira de Agricultura Familiar da Bahia


 

O evento tem encerramento no domingo (15)

  • Vitor Rocha

Salvador
Publicado em 14/12/2024 às 07:00:52
Beija-flor arte de barro. Crédito: Paula Fróes/CORREIO

Comidas, artesanatos e músicas típicas da Bahia e outros estados do Nordeste tomaram conta do Parque Costa Azul nessa sexta-feira (13). Maior vitrine da agricultura familiar no país, a 15ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária trouxe mais de 4 mil produtos e cerca de 600 expositores para a capital baiana. Com expectativa de receber 40 mil visitantes até o encerramento do evento no domingo (15), agricultores procuram aumentar as vendas e angariar mais clientes, enquanto frequentadores buscam fugir de alimentos industrializados. A entrada é gratuita para todas as idades.

Divididos entre tendas denominadas a partir de 27 territórios baianos, praças de alimentação e espaços voltados para indígenas e quilombolas, os comerciantes veem na feira a oportunidade perfeita para fazer os soteropolitanos conhecerem novos produtos. Para a administradora da Kadosh Laticínios, Kátia Santa Rosa, que trouxe derivados do leite de cabra para esta edição, os queijos são o diferencial do seu comércio. “Todo ano lançamos produtos diferentes aqui. A população tinha um preconceito antes, mas agora eles adoram. A feira é uma oportunidade de desmistificar e mostrar para o povo que queijo de cabra é gostoso”, afirmou.

Katia Santa Rosa. Crédito: Paula Fróes/CORREIO

Neste ano, em que a III Feira Nordestina está integrando o mesmo espaço, o evento também é oportunidade de sair do âmbito local e expandir os horizontes da produção, como demonstrou Gustavo Câmara. Vindo de Ceará-Mirim (RN), ele vende doces e o carro-chefe é geleia de frutas nativas, que sai por R$ 20 o vidro de 280 gramas. “Vamos começar a fazer entregas para o empório da agricultura familiar daqui da Bahia. A partir da segunda-feira (16), eles vão fazer um pedido para a gente enviar”, contou.

Ciço Kariri Xokó. Crédito: Paula Fróes/CORREIO

Aos visitantes da capital baiana, o contato com produtos artesanais de diferentes regiões do estado pode surpreender. Segundo o estudante Guilherme Silva, 18, o “cupolate”, produto semelhante ao derivado do cacau extraído da amêndoa do cupuaçu, foi diferente da maioria dos doces que já comeu. “Não dava nada por isso, eu nem gosto muito de cupuaçu. De fato, é muito bom”, opinou.

A feira também conta com três palcos: Arena, do Samba e Nordestino. Assim, além das guloseimas e dos quitutes, os soteropolitanos também vão poder conferir shows de músicas. De acordo com o pedagogo João Silveira, ter acesso gratuito à cultura nordestina é um lembrete do orgulho de sua terra. “A cultura é essencial para todo e qualquer povo, ainda mais em um estado como a Bahia. Ser baiano é diferente de qualquer outra coisa”, ressaltou.

Diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (Car), Jeandro Ribeiro revela que a agricultura familiar é decisiva no desenvolvimento econômico da Bahia, representando 8 de cada 10 produtores. “A Bahia tem 764 mil estabelecimentos, quase 600 mil são familiares. A comida que chega na mesa da gente é por conta da agricultura. São 2 milhões de pessoas envolvidas nesse setor, que gera os alimentos saudáveis e de qualidade. A feira é um exemplo disso, com 100% dos produtos orgânicos”, disse.