Policial ferido em operação em Valéria se recupera após cirurgia
O investigador ainda passou por duas cirurgias e precisará de fisioterapia
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Da Redação
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O policial civil Vockton Carvalho Freire, que segue internado após ficar gravemente ferido em uma operação policial que aconteceu na região de Valéria, em Salvador, na última sexta (15), se recupera após passar por duas cirurgias no braço.
Segundo a esposa do policial, que não quis revelar a identidade, ainda não há certeza se Vockton voltará a enxergar do olho esquerdo, atingido por estilhaços da explosão de uma granada. "O objetivo é garantir toda a assistência que ele precisar", disse em entrevista à TV Bahia.
O investigador ainda passou por duas cirurgias no antebraço que foram bem sucedidas. "O prognóstico é bom, ele vai passar por fisioterapia e vai dar tudo certo", afirmou a esposa.
Esposa
"Ele está bem, firme e forte. Consciente o tempo todo, ele ainda é ele. Está vivo. Agradecer a Deus, porque realmente foi um livramento para ele e para minha família como um todo. Só tenho agradecer que ele está vivo, com o neurológico 100%"
Governo vai custear tratamento
Uma campanha nas redes sociais pede ajuda para o policial civil Vockton Carvalho Freire. Depois que a campanha viralizou, a família do investigador foi procurada por representantes da Polícia Civil que informaram que o Estado vai pagar todas as consultas e tratamentos necessários. "Era isso que a gente queria, é o justo. Ele dá a vida todo dia pelo Estado", diz um áudio da esposa de Vockton. "O objetivo foi atingido".
A mensagem com a campanha circulou nas redes sociais. "Policial que foi atingido e a família está precisando de apoio. Fui autorizado a postar. Quem puder, contribua", compartilhou o advogado Gamil Foppel. Outros amigos, conhecidos e familiares também compartilharam o card, que diz "Vock: Estamos juntos em sua recuperação. A força de um guerreiro não se encontra no ataque, mas sim em sua resistência". A mensagem divulga o Pix de Vockton.
Vocton foi atingido por estilhaços de granada, sofrendo lesões na face e no olho esquerdo. O policial foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE) no dia da operação. Lá, ele passou por cirurgia e depois foi transferido para o Hospital da Bahia, onde segue internado.
Segundo a Polícia Civil, o investigador ferido e sua família são acompanhados pelo Gabinete da Delegada-Geral e do Departamento de Gestão de Pessoas, Saúde e Valorização Profissional da Polícia Civil (DPSV).
Operação
Cerca de 100 policiais civis, militares e federais cumpririam os mandados judiciais, mas foram surpreendidos pela presença de integrantes de uma facção no bairro. Segundo testemunhas, havia cerca de 40 criminosos. O helicóptero do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) foi acionado, e a PF chamou o 'caveirão' blindado.
Granadas foram lançadas sobre os policiais e até tiros de fuzil. Quatro homens suspeitos de participar da quadrilha foram mortos, mas apenas um teve a identificação divulgada. Uélisson Neves de Brito, conhecido como Cara Fina, era considerado tão perigoso que estava no Baralho do Crime, uma ferramenta da Secretaria da Segurança Pública (SSP) que reúne os bandidos mais procurados do estado. Ele tinha mandado de prisão em aberto e era investigado por tráfico de drogas e organização criminosa.
Além dos quatro suspeitos mortos, três agentes foram feridos na sexta (15). O policial federal Lucas Caribé Monteiro de Almeida, 42 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu. A colega dele, Hosannah Carneiro, foi socorrida para o Hospital Geral do Estado (HGE) e recebeu alta médica no final da manhã dessa sexta. Já o policial civil Vockton Carvalho Freire precisou passar por uma cirurgia e corre o risco de perder a visão de um olho.
Suspeitos mortos
Subiu para nove mortos o número de suspeitos mortos em troca de tiros com forças de segurança em desdobramentos após a morte de um policial federal em uma operação das forças de segurança. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), na noite do domingo (17), mais dois suspeitos que faziam parte de um "bonde" que trocou tiros com a polícia em Valéria na sexta foram mortos. Com eles, foram apreendidos uma pistola e um revólver.
Segundo a SSP, equipes da 18ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) foram até a Rua Novos Unidos, em Periperi, no Subúrbio, depois de denúncia de que um traficante de uma facção estava no local com comparsas. Eles foram localizados e trocaram tiros com os PMs. Um dos suspeitos foi baleado e morreu. No local, um revólver calibre 38 e munições foram apreendidos.
O outro suspeito foi morto na Palestina, onde trocou tiros com policiais da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil e do Comando de Operações Táticas (COT) da Polícia Federal. Uma pistola calibre 9mm, com carregador alongado e munições foram apreendidos com ele.
Segundo balanço da polícia, nas últimas 72h, além dos nove mortos, um traficante com mandado de prisão por homicídio foi preso, e foram apreendidos três fuzis, uma carabina, uma submetralhadora, três pistolas, um revólver, carregadores, munições, rádios comunicadores e peças de veículo roubado.