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Policial da reserva contratou pistoleiro de chacina de ciganos em Jequié, aponta investigação


 

Mandante, que é cigano, segue sendo procurado

  • Maysa Polcri

Publicado em 05/03/2024 às 14:54:23
Operação Hera foi deflagrada nesta terça-feira. Crédito: Divulgação/Polícia Civil

Um policial militar da reserva foi preso nesta terça-feira (4) suspeito de contratar o executor da chacina que matou uma família de ciganos em Jequié, em outubro do ano passado. O crime tem ligação com outras cinco mortes em Feira de Santana e Rafael Jambeiro. De acordo com as investigações da Polícia Civil, o ex-policial foi contatado pelo mandante do crime, que ainda não foi localizado.

O policial da reserva foi preso em Jequié e será encaminhado para unidade prisional em Salvador. Já o civil alvo de mandado de prisão ficará detido no Conjunto Penal de Jequié. O executor das chacinas também foi alvo de mandado de prisão, mas ele já se encontrava preso desde novembro do ano passado no Conjunto Penal de Feira de Santana.

“O policial da reserva já tem envolvimento em outros crimes em Alagoinhas. Neste inquérito específico, ficou provada a função dele no sentido de agenciar o pistoleiro. Por isso, solicitamos a prisão temporária”, explica o delegado Paulo Roberto Guimarães, diretor do Departamento de Polícia do Interior (Depin).

A polícia ainda tenta localizar ao menos outras duas pessoas envolvidas com os crimes. O mandante foi procurado hoje em Camaçari, mas não foi encontrado. Segundo a polícia, ele também é cigano, assim como as vítimas. Todas as mortes têm relação com uma briga por compra de gados, em 2016.

“Nós conseguimos prender o policial da reserva e seu parceiro, que seriam as pessoas responsáveis por contratar o executor, que já estava preso por outro crime”, diz Heloísa Campos de Brito, delegada-geral da Polícia Civil.

Os mandados foram cumpridos durante a Operação Hera, deflagrada pelo Depin, e contou com o apoio de 50 policiais civis. Para chegar aos suspeitos, a investigação contou com a colaboração de testemunhas.

“A partir dos elementos das oitivas de testemunhas e de dados telemáticos, fomos até dois sítios, em Inhambupe e São Francisco do Conde. Lá, encontramos armas enterradas dentro de um saco plástico. Os armamentos foram confrontados com os projéteis extraídos dos corpos dos ciganos mortos. Ao menos uma delas foi utilizada em todos esses crimes”, completa Heloísa Campos de Brito