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Polícia pede prisão de dono de ferro-velho após desaparecimento de funcionários


 

Marcelo Batista Silva é investigado por homicídio qualificado

  • Wendel de Novais

Publicado em 11/11/2024 às 10:37:23
Marcelo Batista Silva teve o pedido de prisão preventiva expedido. Crédito: Reprodução e Marina Silva/CORREIO

A Polícia Civil da Bahia (PC) pediu a prisão preventiva do empresário Marcelo Batista Silva, dono do ferro-velho onde trabalhavam Paulo Daniel Pereira, 24 anos, e Matuzalém Silva, 25, desparecidos há uma semana. Marcelo, que foi acusado por familiares dos dois ao longo da última semana como responsável pelo desaparecimento, é considerado suspeito de homicídio qualificado e pode ser preso a qualquer momento.

Ao longo da última semana, a família e amigos de Paulo Daniel e Matuzalém fizeram protestos em frente à empresa de Marcelo. No entanto, só na sexta-feira (8) a PC entrou no ferro-velho para iniciar buscas por evidências que pudessem levar ao motivo do desaparecimento. Antes mesmo da Justiça expedir o mandado de busca e apreensão, na quinta-feira (8) à noite, a defesa do empresário pediu um habeas corpus preventivo para evitar a prisão dele no decorrer das investigações.

A defesa estaria, inclusive, se antecipando a uma acusação de crime de homicídio, de acordo com o documento. "Trata-se de Habeas Corpus Preventivo em que se objetiva a obtenção de salvo conduto, por figurar o paciente como suposto autor de crime de homicídio", escreve o juiz que recebeu o caso na Vara Criminal, mas o repassou para as Varas do Tribunal do Júri.

A expectativa do advogado do empresário se cumpriu. Um dia após as buscas, no sábado (9), a 3ª Delegacia de Homicídios (BTS) expediu o pedido de prisão preventiva para Marcelo, que ainda não foi preso. Essa não é a primeira vez em que ele é investigado por crime contra funcionários do ferro-velho.

Em 2018, além de investigado, o empresário foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por crime de tortura praticado contra pessoas contratadas por ele. Na denúncia, foram apresentados os laudos médicos que comprovaram as lesões dos funcionários que prestaram queixa contra Marcelo.

No dia do crime, de acordo com o inquérito, o empresário teria prendido as duas vítimas no ferro-velho, acusando de pegar materiais do local. Com os dois rendidos, ele iniciou agressões com um barrote enquanto os ‘interrogava’. Ele nega as acusações e disse que estava apurando por conta própria um furto de materiais do ferro-velho.