Polícia descarta latrocínio em investigação sobre dentista morto no Rio Vermelho
Caso é tratado como homicídio qualificado
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Maysa Polcri
maysa.polcri@redebahia.com.br
Em 12 dias de investigação sobre a morte do dentista Lucas Maia de Oliveira, 36, a Polícia Civil já ouviu 21 pessoas. A partir do andamento da investigação, a delegada Zaira Pimentel, responsável pelo caso, descarta que o crime se trata de latrocínio.
De acordo com informações divulgadas pela delegada na manhã desta terça-feira (5), as investigações apontam que se trata de um homicídio qualificado em concurso material com furto. Isso significa que o suspeito do crime não deve ter ido apartamento para matar o dentista e, em seguida roubar seus pertences, o que configuraria latrocínio. O roubo, na realidade, teria ocorrido por conveniência, depois que o dentista foi morto.
"No homicídio, o criminoso já matou e, depois, decidiu realizar o roubo", explica a delegada. Entre os ouvidos estão familiares, amigos e pessoas com que Lucas se relacionou. Ainda segundo a Polícia Civil, 121 horas de filmagem dos circuitos internos de câmeras de segurança do edifício são analisados no inquérito.
"A Polícia Civil está buscando o verdadeiro culpado e não escolhendo o culpado para dar uma satisfação. Essa é uma invetsigação cuidadosa e cautelosa. Mais cedo ou mais tarde vamos chegar a elucidação do crime", completa Zaira Pimentel.
A delegada não informou se o suspeito do crime já foi identificado e nem a quantidade de pessoas envolvidas na morte do dentista. Os laudos periciais ainda não foram finalizados. O prazo é de 30 dias. Zaira Pimentel afirmou ainda que é cedo para concluir se o crime foi premeditado.
Relembre o caso
O dentista Lucas Maia de Oliveira, 36 anos, foi encontrado morto no dia 25 de novembro, no apartamento que vivia no luxuoso condomínio Celebration Garibaldi, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Lucas era conhecido por sua alegria e por gostar de festas.
Foi na tarde de quinta-feira a última vez que alguém próximo a Lucas teve contato com ele, segundo relata seu primo. “Ele tinha contato diário com minha mãe, então, a partir do momento que minha mãe passou a não conseguir falar com ele, nós começamos a ficar preocupados. Mas a secretária da clínica dele conseguiu contato com ele na quinta-feira, entre 12h e 14h. Depois disso, ninguém mais conseguiu”, diz.
O último relato de Lucas vivo veio de uma vizinha. Ela teria ouvido um pedido de socorro entre 21h e 21h30 de quinta-feira (26) e acionado a portaria. O porteiro ligou e chegou a ir até a porta do apartamento. Quando não teve resposta e ouviu através da porta um barulho de ventilador, não achou necessário chamar a polícia e retornou para a guarita.
Familiares de Lucas estiveram na Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP), no dia 25 de novembro, para registrar o desaparecimento do homem e foram orientados a procurá-lo em sua casa e hospitais de grande circulação.
O corpo do dentista estava em estado avançado de decomposição. Ainda de acordo com a polícia, o carro da vítima não estava na garagem e o imóvel havia sido revirado e saqueado.
As guias para remoção e perícia foram expedidas e os laudos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) devem esclarecer a causa da morte.