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Número de acidentes com mortes na capital é 32% maior em 2024


 

Foram 45 apenas nos primeiros quatro meses do ano

  • Raquel Brito

Publicado em 27/06/2024 às 05:15:00
Acidente na Avenida Paralela. Crédito: Reprodução/ TV Bahia

Entre janeiro e abril de 2024, foram registrados 45 acidentes com mortos e 1.136 acidentes com feridos em Salvador. No mesmo período do ano passado, foram 34 acidentes com mortos e 1.057 com feridos. Isso significa um aumento de 32.35% nos acidentes com óbitos.

Os pontos com mais ocorrências com morte são algumas das avenidas mais movimentadas da capital, como a Antônio Carlos Magalhães, que registrou dois acidentes com óbitos e 40 com feridos, e a Luís Viana Filho (Paralela), com um acidente que resultou em morte e 91 acidentes com feridos. De acordo com Décio Martins, titular da Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador), o problema que causa os sinistros é quase sempre o excesso de velocidade.

“Não há uma característica específica das vias mais perigosas. Os locais onde mais ocorrem acidentes são aqueles com maior tráfego de veículos, com mais fluxo. Mas, eu quero destacar que a nossa visão é de zero acidentes, entendemos que todo acidente é evitável”, pontua.

Segundo lugar em acidentes nos primeiros quatro meses do ano, a Avenida Suburbana foi ponto mais uma vez na madrugada de terça-feira (25), quando um motociclista e uma pedestre perderam a vida após um atropelamento na altura do bairro de Coutos, sentido Calçada. A faxineira Maria de Fátima da Conceição, 32 anos, tentava atravessar a avenida quando foi atropelada por Mateus Santos de Almeida, 24 anos, que perdeu o controle da moto. A namorada dele estava na garupa e foi levada para o Hospital do Subúrbio, onde segue internada.

Em 2023, a via liderou em número de acidentes com óbitos em Salvador, mesmo sendo a terceira em acidentes com pessoas feridas, atrás das avenidas Luís Viana (285 acidentes com feridos, quatro com vítimas fatais) e Antônio Carlos Magalhães (178 acidentes com feridos, dez com vítimas fatais).

Martins falou ainda que os acidentes na Avenida Suburbana não se restringem a um ponto específico. Ele afirma que costumava ser assim, mas depois da implantação das faixas elevadas e com ações fiscalizatórias, esse cenário tem mudado.

“Nós tomamos diversas medidas, como a instalação de radares e a implantação de faixas elevadas por sentido, e estamos fazendo a requalificação completa da Avenida Suburbana neste momento, inclusive com a construção dessas faixas elevadas que reduzem a velocidade naquela região”.

Em todo o ano de 2023, foram registrados 108 acidentes com mortos e 3.464 acidentes com feridos na capital baiana.

Líderes em ocorrências

Este ano, de janeiro a abril, as avenidas com mais acidentes foram:

1. Avenida Luís Viana → 91 acidentes com FERIDOS e 1 acidente com VÍTIMA FATAL

2. Avenida Afrânio Peixoto → 49 acidentes com FERIDOS

3. Avenida Antônio Carlos Magalhães → 40 acidentes com FERIDOS e 2 acidentes com VÍTIMAS FATAIS

4. Avenida Tancredo Neves → 33 acidentes com FERIDOS

5. Avenida Vasco da Gama → 30 acidentes com FERIDOS

No ano anterior como um todo, as avenidas que lideraram esse ranking foram:

1. Avenida Luís Viana → 285 acidentes com FERIDOS e 4 acidentes com VÍTIMAS FATAIS

2. Avenida Antônio Carlos Magalhães -> 178 acidentes com FERIDOS e 5 acidentes com VÍTIMAS FATAIS

3. Avenida Afrânio Peixoto →138 acidentes com FERIDOS e 10 acidentes com VÍTIMAS FATAIS

4. Avenida Octávio Mangabeira →111 acidentes com FERIDOS e 5 acidentes com VÍTIMAS FATAIS

5. Avenida Tancredo Neves →96 acidentes com FERIDOS e 3 acidentes com VÍTIMAS FATAIS

Motociclistas são maior preocupação da Transalvador

Segundo Décio Martins, houve uma queda de acidentes envolvendo todos os públicos (pedestres, veículos leves e bicicletas) de 2022 para 2023, menos com motociclistas, nos quais houve um aumento significativo.

"Em relação ao momento das motos, é inegável que a moto cada dia mais é um instrumento de trabalho, seja para transportar pessoas ou para fazer entregas. O motociclista tem sido cada dia mais a nossa preocupação”, diz.

Ele relaciona esse aumento de acidentes e óbitos a diferentes fatores. Os principais são o uso do celular enquanto pilotam, a falta dos Equipamento de Proteção Individual (EPIs) necessários e a realização de “zigue-zagues” (utilização de corredores de tráfego com movimento de zigue-zague entre um veículo e outro) em vias de maior circulação.

Para evitar ocorrências, ele diz que a Transalvador pede aos pedestres que atravessem na faixa, sem mexer no celular, sempre com atenção. E, no caso dos condutores de veículos em geral, que respeitem os limites de velocidade estabelecidos, não dirijam após beber e não usem o celular enquanto dirigem.

“Nós sempre estamos fazendo campanhas educativas e fiscalizatórias ao público das motocicletas, pedindo que respeitem o limite de velocidade”, afirma.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro