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Novo juiz da devoção do Bonfim toma posse após polêmica envolvendo irmandade e padre Edson


 

Fernando José Máximo Moreira foi eleito com 72% dos votos dos membros irmandade

  • Da Redação

Salvador
Publicado em 20/11/2023 às 14:55:39
Fernando Moreira toma posse como juiz da Devoção . Crédito: Luanne Ribeiro/Ascom Irmandade Devoção Senhor do Bonfim

Fernando José Máximo Moreira tomou posse como novo juiz da Devoção do Nosso Senhor do Bonfim neste domingo (19), nos ritos finais da missa em honra à Nossa Senhora da Guia, na Basílica Santuário Nosso Senhor Bom Jesus do Bonfim. A cerimônia de posse aconteceu após uma polêmica envolvendo o reitor da basílica, padre Edson Menezes, e o antigo juiz da irmandade, Jorge Nunes Contreiras.

No dia 28 de outubro, Fernando Moreira foi eleito com 72% dos votos dos membros da instituição. Na celebração de ontem, o novo juiz e os companheiros de diretoria receberam a opa que caracteriza as determinadas funções de atuação na mantenedora da Basílica Santuário. Opa é o termo utilizado para as vestes litúrgicas dos membros. 

Além de Fernando Moreira, uma nova diretoria da Devoção foi apresentada na cerimônia para o período 2023/2025. Os cargos serão exercidos nos seguintes setores: Mesa Administrativa do Conselho Econômico e Fiscal, Corpo de Dignitários, Comissão de Sindicância, Conselho da Orgem do Mérito, Diretoria do Centro Comunitário do Senhor do Bonfim e Chefe do Cerimonial.

Entenda a polêmica

Em janeiro de 2023, quando o antigo juiz da Irmandade do Senhor do Bonfim, Jorge Nunes Contreiras, tomou posse, as desavenças entre a diretoria da irmandade e o padre Edson Menezes começaram a surgir. Além de ter tentado interferir na programação da Festa do Bonfim, Contreiras exigiu que o padre Edson Menezes fosse registrado como empregado da Irmandade e que tivesse a carteira de trabalho assinada pela função que ocupava na organização com remuneração de quatro salários mínimos.

Esse foi o começo de uma série de desavenças que mobilizaram, inclusive, membros da irmandade se manifestarem em apoio ao reitor da basílica. O antigo juiz da irmandade também defendeu a proibição do acesso aos valores das coletas feitas pela igreja durante as missas das sextas-feiras e cofres laterais, além de impedir a promoção do comércio de água benta e outros itens no interior basílica por parte do pe. Edson.

O recolhimento das taxas de serviços como casamentos e batizados era outro recurso financeiro que ficaria sob responsabilidade da irmandade. Outra medida era o fechamento da loja do Projeto Bom Samaritano - iniciativa social criada pelo padre que atende a famílias carentes.

As determinações de Contreiras não foram aceitar pelo reitor da basílica, o que intensificou o conflito envolvendo uma das tradicionais igrejas do estado. Em agosto deste ano, a Arquidiocese de Salvador tentou mediar uma conciliação entre ambas as partes, no entanto, o pároco foi afastado da capelania da Devoção. Contreiras também foi afastado do cargo, por determinação do cardeal Dom Sérgio da Rocha. À época, o padre José Abel Carvalho Pinheiro foi nomeado como interventor na Devoção.