Novo juiz da devoção do Bonfim toma posse após polêmica envolvendo irmandade e padre Edson
Fernando José Máximo Moreira foi eleito com 72% dos votos dos membros irmandade
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Da Redação
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Fernando José Máximo Moreira tomou posse como novo juiz da Devoção do Nosso Senhor do Bonfim neste domingo (19), nos ritos finais da missa em honra à Nossa Senhora da Guia, na Basílica Santuário Nosso Senhor Bom Jesus do Bonfim. A cerimônia de posse aconteceu após uma polêmica envolvendo o reitor da basílica, padre Edson Menezes, e o antigo juiz da irmandade, Jorge Nunes Contreiras.
No dia 28 de outubro, Fernando Moreira foi eleito com 72% dos votos dos membros da instituição. Na celebração de ontem, o novo juiz e os companheiros de diretoria receberam a opa que caracteriza as determinadas funções de atuação na mantenedora da Basílica Santuário. Opa é o termo utilizado para as vestes litúrgicas dos membros.
Além de Fernando Moreira, uma nova diretoria da Devoção foi apresentada na cerimônia para o período 2023/2025. Os cargos serão exercidos nos seguintes setores: Mesa Administrativa do Conselho Econômico e Fiscal, Corpo de Dignitários, Comissão de Sindicância, Conselho da Orgem do Mérito, Diretoria do Centro Comunitário do Senhor do Bonfim e Chefe do Cerimonial.
Entenda a polêmica
Em janeiro de 2023, quando o antigo juiz da Irmandade do Senhor do Bonfim, Jorge Nunes Contreiras, tomou posse, as desavenças entre a diretoria da irmandade e o padre Edson Menezes começaram a surgir. Além de ter tentado interferir na programação da Festa do Bonfim, Contreiras exigiu que o padre Edson Menezes fosse registrado como empregado da Irmandade e que tivesse a carteira de trabalho assinada pela função que ocupava na organização com remuneração de quatro salários mínimos.
Esse foi o começo de uma série de desavenças que mobilizaram, inclusive, membros da irmandade se manifestarem em apoio ao reitor da basílica. O antigo juiz da irmandade também defendeu a proibição do acesso aos valores das coletas feitas pela igreja durante as missas das sextas-feiras e cofres laterais, além de impedir a promoção do comércio de água benta e outros itens no interior basílica por parte do pe. Edson.
O recolhimento das taxas de serviços como casamentos e batizados era outro recurso financeiro que ficaria sob responsabilidade da irmandade. Outra medida era o fechamento da loja do Projeto Bom Samaritano - iniciativa social criada pelo padre que atende a famílias carentes.
As determinações de Contreiras não foram aceitar pelo reitor da basílica, o que intensificou o conflito envolvendo uma das tradicionais igrejas do estado. Em agosto deste ano, a Arquidiocese de Salvador tentou mediar uma conciliação entre ambas as partes, no entanto, o pároco foi afastado da capelania da Devoção. Contreiras também foi afastado do cargo, por determinação do cardeal Dom Sérgio da Rocha. À época, o padre José Abel Carvalho Pinheiro foi nomeado como interventor na Devoção.