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Novas testemunhas do caso da cigana morta são ouvidas pela polícia


 

Dessa vez, falaram uma tia que também era vizinha da vítima e um irmão do sogro dela

  • Da Redação

Salvador
Publicado em 11/07/2023 às 21:45:11
Hyara Flor Santos Alves, de 14 anos, foi baleada no queixo e não resistiu. Crédito: Reprodução

Duas novas testemunhas ligadas à morte da adolescente de origem cigana Hyara Flor Santos Alves, de 14 anos, foram ouvidas pela polícia nesta terça-feira (11). Segundo a advogada Janaína Panhossi, contratada pela família da vítima, dessa vez falaram uma tia que também era vizinha de Hyara Flor e um irmão do sogro da menina. Ainda de acordo com Janaína, as oitivas não trouxeram novidades a respeito do caso. Além disso, a Polícia Civil (PC) informou que não dispunha de atualizações até esta publicação.

Hyara Flor foi morta na quinta-feira (6), em Guaratinga, no extremo-sul da Bahia, com um tiro no queixo. O esposo da vítima, também de 14 anos, é apontado pela família dela como o principal suspeito do crime, que teria sido motivado por vingança. Ele e o sogro da menina fugiram depois do ocorrido, e ainda não foram encontrados.

Na segunda (10), o pai da adolescente, o autônomo Hiago Silva, 30, foi ouvido pela polícia e, emocionado, assumiu a autoria de um áudio em que ele diz ter "decretado guerra" contra a família de seu genro e que "vai morrer muita gente". O homem justificou que a declaração foi feita "no calor da emoção".

Relembre

Hyara Flor Santos Alves foi morta na quinta-feira (6), em Guaratinga, no extremo-sul da Bahia, com um tiro no queixo. Segundo a Delegacia Territorial (DT) de Guaratinga, no local do crime, foram apreendidos uma pistola calibre 380, dois carregadores e munições. O caso foi registrado como feminicídio, mas não foram divulgadas mais informações sobre o suspeito.

Depois de ter sido baleada, a adolescente chegou a ser socorrida para um hospital da região, porém não resistiu. Ela deu entrada na unidade com a informação de que teria se ferido no queixo ao ter limpado a pistola. No entanto, contradições levantaram a suspeita de que se tratava de um crime.

A Polícia Militar (PM) foi chamada. Testemunhas contaram à equipe da 7ª Companhia Independente (CIPM) que o esposo de Hyara Flor fugiu com o pai depois do fato. Eles não foram localizados.

Suposta recompensa

Após a morte de Hyara Flor, circularam na internet publicações que divulgavam uma recompensa de R$ 300 mil para quem encontrasse o suposto autor do crime. O pagamento teria sido oferecido pelo pai da vítima, que negou a informação por meio de um vídeo publicado em seu perfil no TikTok por volta das 19h de segunda-feira (10).

"Eu não ofereci dinheiro pela cabeça de ninguém", defende-se Hiago. "Agradeço à população brasileira, que se comoveu com a morte da minha filha. A gente quer justiça. Isso, sim", enfatiza o homem.

Em entrevista ao CORREIO, a advogada Janaína Panhossi falou que o esposo da vítima, também de 14 anos, é apontado pela família dela como o principal suspeito do crime, que teria sido motivado por vingança. Ele e o sogro da menina fugiram depois do ocorrido, e ainda não foram encontrados.

"Eles [a família] afirmam que havia um caso extraconjugal entre a sogra de Hyara e um tio por parte de pai", revelou Janaína, que também detalhou que os adolescentes — casados havia somente 40 dias — eram primos. "O sogro de Hyara, então, teria induzido o filho a atirar na esposa", concluiu.

Indícios de violência

Ainda conforme o informado por Janaína ao CORREIO, havia indícios de que Hyara Flor vinha sendo destratada pelo esposo na casa onde moravam — anexa ao imóvel dos pais dele. Na noite anterior a sua morte, a menina ligou para o pai pedindo que fosse visitá-la, a fim de lhe falar 'algo importante'. O pedido, porém, não pôde ser atendido por Hiago, que estava em viagem a uma cidade vizinha.

"No velório, inclusive, eles perceberam algumas marcas no braço dela que supostamente eram de agressões", relatou a advogada. Além disso, após a morte da adolescente, a família teve acesso a conversas de WhatsApp entre o casal. "Era uma relação de muito pouco afeto por parte dele, que demorava muito a responder as mensagens e, quando ela pedia alguma coisa, respondia com grosseria", descreveu.