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Novas gerações celebram título inédito do Vitória: "É para quem não está mais aqui"


 

Torcedores homenageiam familiares mais velhos

  • Maysa Polcri

Publicado em 19/11/2023 às 19:16:04
Jucemeire Freitas, a irmã e o filho de 10 anos acompanharam a festa no Farol da Barra. Crédito: Ana Lucia Albuquerque/CORREIO

O grito de "é campeão" entoado por milhares de torcedores do Vitória na tarde deste domingo (19), no Farol da Barra, estava sufocado na garganta há muito tempo. Para quem viveu de perto os momentos mais difíceis do Leão, é como se a ficha ainda não tivesse caído. Se o amor pelo time é fruto de tradição familiar para muitos, as novas gerações homenageiam os mais velhos que nunca abandonaram o time.

Enquanto se apresentava em cima de um dos três trios elétricos estacionados no Farol da Barra, o cantor Léo Santana se emocionou ao homenagear o pai. Torcedor do Vitória, o pai do cantor faleceu em novembro de 2020. "Ele está lá em cima feliz da vida", disse o GG ao puxar o hino do time e ser ovacionado pelos torcedores.

O sentimento de nostalgia é compartilhado pela multidão rubro-negra. A bibliotecária Jucemeire Freitas, 39, também herdou do pai a paixão pelo Vitória. "Desde pequena eu ia no Barradão assistir os jogos com ele, que hoje tem 86 anos", relembra. O pai acompanha de casa a festa da torcida. "Ele chora de felicidade o tempo todo em casa. É uma emoção que não passa" diz.

Para dar continuidade a tradição, Jucemeire levou o filho, de 10 anos, para assistir a festa. "A gente não conseguiu ingresso para o jogo de ontem (18) e assistimos no estacionamento do Barradão", conta. Não importa o lugar, o que vale é a comemoração. "É um momento histórico", resumiu.

Os amigos Cauã Moura, 21, e Anderson Oliveira, 22, celebram o título desde terça-feira (14), quando Criciúma e Guarani empataram e o Vitória foi consagrado campeão. "Mesmo estando aqui agora, eu ainda não consigo acreditar. É uma sensação indescritível", falou Cauã. Juntos, os estudantes não deixaram de acompanhar os jogos mesmo diante da iminência do rebaixamento para a série C. "Quando o Vitória quase caiu da série B nós estávamos no Barradão. Nunca abandonamos", disse Anderson.

Os amigos Cauã e Anderson na festa do Vitória, no Farol da Barra. Crédito: Ana Lucia Albuquerque/CORREIO

As novas gerações de torcedores aproveitam a oportunidade para saudar os mais velhos e familiares que não tiveram a oportunidade de acompanhar a consagração do time como campeão nacional. "Estou aqui não só por mim, mas pelo meu avô e meu pai, que faleceram e não conseguiram ver isso de perto", afirmou Cauã.