Morar Melhor ultrapassa marca de 50 mil casas reformadas em Salvador
Projeto iniciou em 2015
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Da Redação
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O programa Morar Melhor ultrapassou a marca de 50 mil casas reformadas em Salvador. Desde que foi lançado pela prefeitura, em 2015, a iniciativa tem proporcionado uma grande transformação na vida de várias famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica, por meio de reparos que resultam em condições mais dignas aos imóveis e aos moradores.
As melhorias habitacionais incluem serviços diversos, a exemplo de reboco, pintura, troca do telhado, de kit sanitário (vaso e pia) e troca de portas e janelas.
Segundo o titular da Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas do Município (Seinfra), Francisco Torreão, outras 4 mil reformas devem ser entregues pela iniciativa até o final do ano.
“O Morar Melhor vai além de uma intervenção de infraestrutura. É uma ação que resgata a autoestima e devolve a dignidade às famílias que são beneficiadas. Essa iniciativa é um sucesso e nós recebemos representantes de diversas cidades e estados que querem se inspirar no programa e replicá-lo. Cada casa nos traz uma história marcante e a certeza de que estamos no caminho certo. Já são mais de 50 mil sonhos realizados em mais de 300 localidades da nossa cidade, inclusive nas Ilhas”, lembra o secretário.
As reformas melhoram a situação da casa em vários aspectos e solucionam problemas não apenas estéticos, mas também relacionados à segurança e salubridade, a exemplo da extinção da umidade, goteira, infiltração, vazamento, entre outros. Um dos serviços que mais melhoram a estrutura das residências é a troca de telhado, pois na maioria dos casos, quando chove, as famílias sofrem com infiltração e goteiras por toda casa.
Na casa de Marinalva Pereira, de 63 anos, e há 30 morando em Mirantes de Periperi, a telha fina tinha muitos furos e sempre que chovia molhava a casa. “A gente colocava muitas vasilhas para aparar a água, e uma das goteiras ficava em cima da cama do meu filho. Era muito ruim. Hoje, a minha casa ficou outra. Não me preocupo mais com as goteiras, ficou mais bem dividida e arejada, com o quarto e com uma janela. Estou dormindo até de janela aberta, recebendo uma fresca. Antes era muito abafado. Quando eu vejo minha casa tão bonita, eu nem acredito. Fico admirando e agradecendo a Deus”, conta.
Outro serviço importante tem sido o revestimento das paredes, reduzindo a umidade e deixando o imóvel mais seguro. Esse foi um dos principais problemas resolvidos na residência de Maria de Fátima, de 43 anos, no Parque Tercal, em Campinas de Pirajá. “Eu tinha acabado de ter neném e me sentia mal com a temperatura interna da casa. Nos dias de chuva, a umidade trazia muito desconforto e eu ficava preocupada com a saúde da minha filha, por causa do mofo. Já nos dias de sol, a temperatura interna era muito quente. Eu queria muito melhorar a minha casa, mas não tinha condições financeiras. O programa chegou realizando um grande sonho meu. Agora estou feliz, porque a minha filha está dormindo melhor após a reforma”, diz.
Em 2017, o Morar Melhor foi premiado com o Selo de Mérito Especial no Fórum Nacional de Habitação e Interesse Social, em São Paulo. O selo, promovido pela Associação Brasileira de Cohabs e Agentes Públicos e pelo Fórum Nacional de Secretários de Habitação e Desenvolvimento Urbano, é conferido a projetos que apresentam resultados de boas práticas em habitação.
Além disso, a capital baiana já recebeu vários gestores de diferentes lugares do país para conhecer a iniciativa, alguns, inclusive, adotaram programas semelhantes em outras cidades e estados. As visitas continuam, exemplo disso é que no final do ano passado, a administração municipal recebeu a secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Estado de Pernambuco, Simone Nunes.
São selecionadas pelo programa localidades com maior precariedade nos imóveis e na infraestrutura, com base em dados do IBGE e na observação de campo; com maior predominância de domicílios com alvenaria sem revestimento; maior predominância de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza; maior predominância de mulheres chefe de família e maior densidade habitacional. Não são contemplados imóveis em situação de risco, imóveis de aluguel ou famílias que apresentem renda superior a três salários mínimos.