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Ministério Público vai acompanhar investigação de jovem morto por PMs em Valéria


 

Wendell de Aragão morreu após ser baleado em ação da Polícia Militar no bairro de Valéria

  • Da Redação

Salvador
Publicado em 18/09/2024 às 19:45:46
Wendell de Aragão morreu após ser baleado em ação da Polícia Militar no bairro de Valéria. Crédito: Reprodução/TV Bahia

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP) vai acompanhar a investigação sobre a morte de Wendell de Aragão, 18 anos, que morreu após ser baleado durante uma ação da Polícia Militar no bairro de Valéria, em Salvador, no domingo (15). A informação foi confirmada pela assessoria do órgão nesta quarta-feira (18). O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

Wendell de Aragão Pinto Ferreira dos Santos não resistiu aos ferimentos e morreu na manhã de segunda-feira (16). Em nota, a PM informou que policiais da 31ª Companhia Independente (CIPM) realizavam rondas na localidade conhecida como Iraque, quando se depararam com homens armados em motocicletas. "Ao perceberem a presença da polícia, os suspeitos atiraram contra a guarnição, que revidou. Após o confronto, foram encontrados dois suspeitos feridos", disse a corporação.

"Na prestação de socorro, houve um início de tumulto e a população não aceitou que a PM encaminhasse os indivíduos para atendimento hospitalar, os quais foram socorridos por populares", acrescentou.

De acordo com a Polícia Civil, Wendell e outro jovem, também de 18 anos, estavam em uma moto, sem capacete e sem habilitação, na Rua Morada da Lagoa, e "se assustaram quando avistaram viaturas da Polícia Militar". A família da vítima nega que Wendell estivesse armado ou que tivesse envolvimento com o crime.

A morte do jovem de 18 anos causou indignação nos moradores de Valéria, que realizaram vários protestos contra a violência policial. Por conta da mobilização, as linhas de ônibus dos bairros de Vista Alegre, Valéria e região da Lagoa da Paixão foram suspensas. Até o momento, apenas Vista Alegre retomou o serviço de transporte.

Além disso, cerca de dois mil alunos permanecem sem aula na localidade por conta dos casos de violência na região. A Secretaria Municipal de Educação de Salvador (Smed) confirmou que as escolas Nossa Senhora Aparecida, São Francisco de Assis, Professor Ítalo Gaudenzi e Cmei Paulo Bispo Braz estão com atividades suspensas. As unidades de ensino ficam na Lagoa da Paixão e Nova Brasília. Ao todo, 2.225 estudantes foram impactados.