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Militantes do PT declaram apoio a Kleber Rosa e aprofundam divisões internas


 

Petista resistem a apoiar o vice-governador e pré-candidato do MDB, Geraldo Júnior, na disputa pela prefeitura de Salvador

  • Da Redação

Salvador
Publicado em 18/06/2024 às 15:47:10
Militantes do PT declaram apoio a Kleber Rosa. Crédito: Divulgação

Apesar de a Executiva nacional do PT formalizar apoio do partido ao vice-governador e pré-candidato à prefeitura de Salvador, Geraldo Júnior (MDB), militantes da sigla resistem ao nome do emedebista. Petistas, inclusive, se reuniram, nesta segunda-feira (17), com o pré-candidato do PSOL, Kleber Rosa, e anunciaram apoio ao socialista.

Filiado ao PT desde a década de 1990, Cristiano Cabral classificou como “autoritária” a decisão das executivas do partido de apoiar o vice-governador.

"(Geraldo Júnior) foi uma pré-candidatura totalmente imposta. De cima pra baixo. Geraldo Júnior não é uma pré-candidatura do PT. É uma pré-candidatura do MDB. Não nos representa. É um preposto burguês. Uma campanha que tem uma linha política neoliberal. Portanto, decidimos que vamos marchar com Kleber Rosa e Dona Mira, pois possuem trajetórias de vida mais condizentes com as pautas da esquerda", frisou Cristiano Cabral.

Já Eliana Noronha, que é filiada há mais de 30 anos ao PT, salientou que está "sentindo um vazio enorme no coração", pois a pré-candidatura de Geraldo Júnior representa uma "afronta" à história e à trajetória do Partido dos Trabalhadores.

Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação do PT não se manifestou até a publicação desta matéria. Já o vice-governador Geraldo Júnior minimizou a situação durante entrevista à rádio BandNews Salvador nesta terça-feira (18). "As pessoas são livres para escolher, mas tenho certeza que naquela reunião nenhuma liderança política do processo, nenhum dirigente partidário", afirmou.

A falta de adesão de Geraldo Jr. a algumas pautas da esquerda deixa os eleitores apreensivos. Ele assumiu que, em 2018, votou em Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais. No ano passado, quando já estava no grupo petista e mirava o apoio da esquerda para disputar o Palácio Thomé de Souza neste ano, ele voltou atrás e disse que tinha “arrependimento mortal” por ter votado no ex-presidente.

Durante participação em um podcast da rádio Metrópole, o vice-governador falou também sobre o impeachment da ex-presidente petista Dilma Rousseff, classificando a discussão se foi ou não golpe como uma “perda de tempo”.