Mesmo sem VLT sair do papel, governo já gastou R$ 63 milhões com o projeto
A construção do novo modal, planejado para substituir os trens do Subúrbio Ferroviário, é prometida há três anos
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Raquel Brito
mrbrito@redebahia.com.br
Mesmo sem ainda ter tirado o projeto do papel, o governo estadual já gastou R$ 63,3 milhões com o VLT (Veículo leve de transporte) entre 2019 e 2024. A construção do novo modal, planejado para substituir os trens do Subúrbio Ferroviário, é prometida há três anos.
Informações disponibilizadas no Portal da Transparência do governo mostram que esse valor foi distribuído em três contratos: MPE Engenharia, o consórcio Consultor ER e a concessionária Metrogreen Skyrail, antiga responsável pela obra.
Até agora, R$ 30,1 milhões foram pagos para a MPE Engenharia, em contrato de Parceria Público-Privada, referentes à implantação do sistema de alimentação de energia elétrica da subestação da Calçada. Outros R$ 19,08 milhões para o consórcio Consultor ER (formado pela Engevix Engenharia e pela RK Engenharia e Consultoria), para consultoria de prestação de serviços técnicos na implantação do monotrilho, como certificação dos projetos, apoio nas desapropriações e reassentamentos, gerenciamento, e fiscalização e certificação das obras civis.
Entre 2019 e 2020, R$ 14,1 milhões foram pagos para a Metrogreen Skyrail, grupo controlado pela montadora chinesa BYD, referentes a aportes previstos em contrato. A BYD é a empresa que vai instalar uma fábrica de veículos elétricos e híbridos no polo petroquímico de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. Em agosto do último ano, o governo decidiu romper com o acordo com a Skyrail após a concessionária pedir um reajuste nos valores dos contratos.
No fim de novembro de 2023, o prazo de vigência do contrato com a MPE foi prorrogado por 12 meses, no valor de R$ 8,46 milhões, com um acréscimo de 23,82% em relação ao acordo original reajustado. Este dinheiro, entretanto, ainda será pago pela gestão estadual. Quando for, o governo terá gasto R$ 71,8 milhões com a obra, que ainda está apenas no projeto.
Questionada sobre os gastos com o Veículo leve de transporte, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Sedur) afirmou, em nota, que os recursos destinados ao VLT são alocados para diversas etapas do projeto, incluindo estudos de viabilidade, planejamento, projeto executivo, licenciamento ambiental, desapropriações, entre outros. A Sedur ressaltou ainda que os gastos são parte do processo de preparação e implementação do projeto e visam garantir sua viabilidade técnica, ambiental e financeira.
“Estamos comprometidos em garantir a transparência e o uso eficiente dos recursos públicos em todas as fases do projeto”, emendou. O governo prometeu iniciar as obras em julho deste ano.
*Com orientação do editor Rodrigo Daniel Silva