Medicina: parceria entre fundação e faculdade dará bolsas de estudo para áreas de saúde e educação na Bahia
Organização sem fins lucrativos apoia projetos e concede bolsas de estudo para áreas de saúde e educação
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Raquel Brito
mrbrito@redebahia.com.br
Nos próximos quatro anos, uma parceria entre a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) e a Fundação Maria Emília (FME) oferecerá duas bolsas integrais, por semestre, a estudantes de baixa renda, no curso de medicina.
As 16 bolsas de estudo integram o Programa Medi+, que é uma das muitas iniciativas da Fundação Maria Emília, uma organização privada sem fins lucrativos, cujo objetivo é gerar impacto positivo nas áreas de saúde e educação, apoiando estudantes e profissionais em busca de oportunidades.
As bolsas, projetos de pesquisa, programas de estágio focam na Bahia, mas contemplam pessoas de todo o Brasil. Essas chances vêm em forma de editais elaborados pela própria FME ou por parcerias com instituições. Além do Medi+, está entre as mais recentes a parceria com a Universidade Federal da Bahia, que resultou em 20 bolsas de iniciação científica.
Educação e formação
Atualmente, existem 14 projetos e uma publicação de obra em andamento pela FME, além de 61 bolsistas, sendo 56 nacionais e 5 internacionais. No Brasil, o programa Educa Saúde FME concedeu 20 bolsas integrais de pós-graduação em 13 especialidades, distribuídas em diversas instituições de ensino.
A nível internacional, foi consolidada parceria com a Johns Hopkins University, uma das principais universidades do mundo na área médica, localizada nos Estados Unidos. Com o apoio da FME, só em 2023, cinco brasileiros formaram-se no mestrado de Saúde Pública desta instituição.
Uma das estudantes contempladas pelos projetos foi Letícia Nunes Campos, de 24 anos, que cursa medicina da Universidade de Pernambuco. Através do projeto, Letícia pôde dedicar um ano à ciência como Pesquisadora Colaboradora no Programa de Cirurgia Global e Mudança Social, da Harvard Medical School. “Enquanto estudante de medicina, estava em uma situação vulnerável para garantir os recursos necessários e realizar esse estágio em pesquisa. A Fundação não só possibilitou minha participação por meio de uma bolsa de estudos, mas também me orientou para aproveitar ao máximo essa experiência”, afirma a jovem.
Homenagem
A FME, idealizada pelo empresário Pamphilo Pedreira, nasceu em 1998, e foi batizada com o nome da própria mãe, como uma homenagem.
Em 1996, o falecimento de Pedreira revelou, no testamento, um de seus sonhos antigos: instituir uma fundação de fomento a pesquisas e políticas de inclusão em educação e saúde.
Com a revelação, estavam os recursos necessários para que o desejo do empresário fosse realizado.Sem herdeiros diretos, Pedreira deixou o comando da organização para seu sobrinho, Paulo Sérgio Tourinho, que liderou a Fundação até seu falecimento, em 2018.
Desde então, o projeto tem como diretoras Thereza Tourinho, filha de Paulo Sérgio, que ocupa a presidência da Fundação, e Thamile Accioly, Diretora Executiva. Para Thamile, um dos diferenciais da FME é o contato constante com aqueles que foram beneficiados.
“Nós mantemos sempre esse canal aberto com todo bolsista que apoiamos. A gente cria uma relação muito bacana e eles se sentem pertencentes à Fundação. Cada um vem tentando retribuir de alguma forma”, completa.
*Com a orientação da sub-chefe de reportagem Monique Lôbo