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Vitor Rocha
Publicado em 14 de setembro de 2024 às 06:59
Uma paciente do Hospital da Bahia foi colocada em um leito com o sangue de outra pessoa na última quarta-feira (11). A situação gerou apreensão entre os familiares devido ao risco de infecção e transmissão de doenças. De acordo com uma especialista, o contato com sangue é considerado anti-higiênico, mas a contaminação só ocorre em circunstâncias específicas.
A paciente havia dado entrada no hospital para realizar uma cirurgia e estava esperando na cama do leito. Ao levantar para ir ao banheiro, familiares perceberam que a mulher estava coberta de sangue. O hospital informou que o sangue pertencia a uma paciente anterior, que havia tido uma hemorragia.
A infectologista Clarissa Cerqueira, do Hospital Cardiopulmonar, informa que o contato com o sangue, em via de regra, não oferece riscos à saúde. No entanto, em caso de feridas abertas, é preciso ter cuidado. "O que mais preocupa a gente é se a pessoa tem alguma lesão de pele aberta, porque a gente tem que se preocupar com doenças que podem ser transmitidas dessa forma, como HIV, hepatite B e hepatite C. Essas doenças, só o contato direto com sangue não é suficiente para transmitir, precisaria ser através de uma pele que a gente chama de contato do sangue com uma pele não íntegra, então o sangue com algum ferimento, alguma lesão de pele, aí sim seria possível", explica.
A médica reitera que, mesmo que não venha a causar alergias ou infecções, o contato é anti-higiênico. "A gente não deveria encontrar sangue numa maca. A higienização tem que ser feita de forma adequada, a desinfecção do colchão, porque os colchões dos hospitais são colchões que têm um forro plástico, exatamente para poder limpar direitinho e evitar isso, evitar um contato direto com material biológico", alerta.