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Jovens mortos em ataque no Emissário de Arembepe eram músicos do Malê Debalê


 

Vítimas estavam com grupo que saiu de Itapuã para passar o dia em área turística

  • Wendel de Novais

Publicado em 08/10/2024 às 12:13:23
Daniel e Augusto foram vítimas de execução. Crédito: Reprodução / Redes sociais

Os irmãos Daniel Natividade, de 24 anos, e Gustavo Natividade, de 15 anos, que foram mortos em ataque armado no Emissário de Arembepe na noite de segunda-feira (7), eram músicos do Bloco Malê Debalê. As duas vítimas estavam em um passeio que saiu de Itapuã, mesmo bairro onde está localizada a sede do bloco, para passar o dia na área turística que pertence ao município de Camaçari. Procurado, o Malê Debalê confirmou que Daniel e Augusto faziam parte do grupo e expressou choque com a morte dos dois.

Presidente do bloco, Cláudio Araújo explicou que todos foram surpreendidos pela notícia. "Estou mal. Estamos [integrantes do bloco] realmente acabados. Eram meninos da nossa comunidade, nascidos aqui. Começaram no nosso grupo infantil, eram jovens solícitos e que jamais se envolveram com crime ou coisa ruim. A única coisa que eles faziam era fomentar a cultura por aqui", relatou .

Tanto Daniel como Augusto estavam na banda de transição do bloco, de acordo com Cláudio. Ele salientou, ainda, que os dois foram para o Emissário de Arembepe na companhia de pessoas que também fomentam a cultura em Itapuã. Procurada a Polícia Militar da Bahia (PM), confirmou a ocorrência e explicou que agentes da 59ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) foram acionados para a ocorrência. No local, no entanto, os policiais localizaram apenas as vítimas, prestando socorro aos feridos.

Quem presenciou o crime, narrou um cenário de terror, onde as vítimas foram perseguidas pelos autores dos disparos. "O problema começou na parte de baixo, onde os ônibus do povo que vem fazer passeio aqui fica. Quando a gente começou a ouvir os tiros, vimos a correria. Um caiu no meio da estrada, foi socorrido, mas morreu no hospital. O adolescente morreu aqui mesmo", revelou uma testemunha, que preferiu não se identificar por medo de represálias.

No local, é comum que grupos cheguem de Salvador para aproveitar o dia na praia e também no Rio Capivara, que passa na área. O caso, entretanto, foi registrado quando tudo já estava escuro, por volta das 18h30, momento em que os grupos iriam deixar o local. Há a possibilidade de que o ataque tenha sido motivado por uma foto onde os jovens faziam sinais que são usados por traficantes.