Homens mortos encontrados em Salvador foram torturados antes de execuções

Além de serem encontrados em Salvador em um intervalo de cerca de duas horas no início da manhã desta quarta-feira (8), os dois corpos de homens, que ainda não foram identificados formalmente, têm outra característica em comum: a maneira pela qual foram mortos. Os dois corpos, sendo um encontrado na Estrada do Derba e outro localizado na Rua Rodovia A, em Boa Vista de São Caetano, apresentavam sinais de tortura identificados pela perícia.

No caso do Derba, por exemplo, um policial, que terá nome e cargo preservados, explicou que a vítima foi morta em um lugar diferente do que foi deixada. “Os criminosos apenas largaram esse corpo no local, a morte aconteceu em um lugar diferente. Dentro da perícia, é possível ver que não há marcas que indicam a execução [no local]. É possível que bandidos tenham usado a via, que tem uma movimentação reduzida na madrugada, para deixar esse corpo e escapar do flagrante”, conta ele.

Outra fonte policial explica ainda que o corpo estava em estado avançado de decomposição. “Esse homem morreu há, pelo menos, uma semana porque já está em decomposição. Por isso, acharam que estava carbonizado, mas não é o caso. Ele tem sinais fortes de tortura como afundamento de crânio, o que indica que, antes de ser morto, sofreu diversas lesões”, afirma a fonte que atendeu a ocorrência.

Procurada, a Polícia Militar da Bahia (PM) informou que o Batalhão da Polícia Rodoviária foi acionado para o caso do Derba. Ao chegar ao local, no KM-09, em Valéria, constataram o fato e chamaram o Departamento de Polícia Técnica (DPT). Sobre a ocorrência de Boa Vista de São Caetano, policiais militares da 9ª Companhia foram informados sobre um homem atingido por disparo de arma de fogo.

O local onde estava o corpo era a Rua da Rodovia A, que fica atrás da Ligação Lobato-Pirajá, no fim de linha do bairro. Nesse caso, a morte aconteceu na madrugada, e as marcas de torturas estavam evidentes. “Além de uma marca de disparo na testa do homem, há um afundamento de crânio e evidências que, antes de morrer, ele tenha sido alvo de pauladas e outros tipos de tortura”, relata a fonte policial.

No entanto, não se sabe ainda se o homem foi morto no local. Os moradores das imediações preferiram não comentar o caso, mas, sem dar entrevista, afirmaram não ter ouvido disparos ou gritos no local. Uma mulher, que seria a esposa da vítima, chegou a identificá-lo pelo prenome de Willian, mas ainda será ouvida pelos investigadores para confirmar a informação. Os dois crimes serão investigados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).