'Foi perseguido', diz morador sobre jovem morto no Uruguai
Gabriel Hamed, 19 anos, teria tentado fugir antes de ser alvo de diversos disparos
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Wendel de Novais
wendel.novais@redebahia.com.br
As circunstâncias da morte de Gabriel Hamed Ferreira Rodrigues, 19 anos, na noite de domingo (16), ainda geram relatos conflitantes. Enquanto informações iniciais da Polícia Civil (PC) indicam que o jovem foi morto na porta de casa na Rua Jornalista Nilton França, moradores do Uruguai - bairro onde Gabriel foi morto - afirmam que ele foi atingido na Rua Jequitibá.
Além disso, um morador, que estava na porta de casa e prefere não se identificar, garante que a vítima estava tentando fugir quando foi parada por um carro branco de modelo não identificado. "Ele veio correndo com um carro branco atrás. Foi perseguido e, bem na esquina, conseguiram fechar ele. Nessa hora, começaram a atirar", lembra.
Se a PC aponta a Rua Jornalista Nilton França como local do crime, a Polícia Militar da Bahia (PM-BA) indica a Rua Jequitibá como o endereço onde houve a ocorrência. A corporação conta que agentes da 17° CIPM foram ao local e confirmaram o caso, mas não encontraram a vítima na área. "A guarnição foi informada que a vítima tinha sido socorrida por populares e levada à Upa do bairro", informa.
"Os militares compareceram na Unidade Hospitalar e souberam que o homem não resistiu aos ferimentos", completa. O morador que presenciou a execução de Gabriel diz que ele não ter sobrevivido não foi uma surpresa por conta da quantidade de tiros que a vítima recebeu.
"Não tiveram pena nenhuma de gastar as balas que tinham, foi tanto tiro que eu acho que descarregaram tudo nele. Aí não teve jeito, é difícil alguém sobreviver a algo assim. Não dá para ver o tanto de cápsulas porque vieram catar tudo depois que aconteceu", relata ele.
Um outro morador, que também prefere não dizer o nome por medo de represálias, atesta o mesmo em relação a quantidade de tiros. "Foi ontem por volta das 22h30. Eu não saí pra ver, mas deu para ouvir e foi, pelo menos, 15 tiros que deram aí. Ficou no silêncio e depois a família chegou naquele desespero, todo mundo gritando. Na hora, por ser muito tiro, achei que era tiroteio mesmo", conta ele, afirmando que isso não é comum na Rua Jequitibá.
A 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS) é que vai apurar a morte de Gabriel e, apesar das versões dos moradores e da PM-BA, ouviu testemunhas que afirmam que o caso se deu na Rua Jornalista Nilton França. De acordo com o registro, Gabriel estava na porta de casa quando homens em um carro passaram atirando.
As testemunhas informaram que é provável que o jovem não era o alvo porque quem estava no veículo gritou 'ele não está aqui, então vai você mesmo". As guias para remoção e perícia foram expedidas e oitivas e diligências serão realizadas para identificar a autoria e motivação do crime.