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Flipelô começou com show para Raulzito

Edição 2024 da Feira Literária segue até domingo (11) com lançamentos de livros, rodas de conversa e bate-papo literário

  • Foto do(a) author(a) Elaine Sanoli
  • Elaine Sanoli

Publicado em 7 de agosto de 2024 às 22:45

Flipelô homenageia Raul Seixas em 2024
Flipelô homenageia Raul Seixas em 2024 Crédito: Ana Lucia Albuquerque/CORREIO

Só mesmo o Pai do Rock brasileiro para movimentar as ruas do Centro Histórico de Salvador em uma noite chuvosa de quarta-feira. Hoje (7), a abertura da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô), levou amantes do gênero musical e da literatura para celebrar a vida e a memória de Raul Seixas. Essa é a primeira vez em que um compositor é homenageado pelo festival de literatura.

“Raul era um cara muito maluco, mas, para além disso, nas suas composições, ele trazia muita coisa esotérica e viajava muito nessa coisa da literatura. Acho justo a Flipelô homenagear um escritor e compositor baiano”, disse o professor Amauri da Cruz, 36, que saiu de Mairi, no interior da Bahia, para acompanhar o festival.

A aposentada Iacina Ribeiro, 64, embora tenha afirmado que, pelo amor à literatura, marcaria presença no festival, independente do tema, só saiu de casa nesta noite para prestigiar o ídolo. “A juventude precisa conhecer Raul”, afirmava debaixo da sua capa de chuva, sem conseguir ficar parada ao som das músicas dele, executadas no show que marcou a abertura do evento literário.

A Flipelô decidiu homenagear Raulzito na edição de 2024. Ele é lembrado como um dos grandes letristas da música brasileira e a escolha reafirma o reconhecimento literário de diferentes linguagens, como a música. A poesia expressada pelo canto do eterno Maluco Beleza é fruto de um encanto de toda uma vida com a literatura. “Meu pai era aficcionado na leitura desde pequenininho. Eu estou muito feliz com a homenagem, porque é importantíssimo estimular a leitura no Brasil”, declarou Vivi Seixas, filha do artista.

Vivi Seixas, filha do rockeiro, participou da abertura da Festa
Vivi Seixas, filha do rockeiro, participou da abertura da Festa Crédito: Ana Lucia Albuquerque/CORREIO

Ela foi a segunda atração da noite de abertura, logo após as projeções do VJ Gabiru. A chuva logo foi embora e Vivi colocou o Pelourinho para dançar ao som de remixagens das canções mais icônicas de Raul. Rafa Luz subiu ao palco para incrementar a festa com o som de sua guitarra. Na sequência, Carlos Eládio, relembrou sucessos do rock e o amigo da juventude.

“Além de músico, Raul sempre disse que queria ser escritor”, relembrou o parceiro dos tempos do seu primeiro grupo de rock, Raulzito e os Panteras. “Eu falava há muito tempo que Raul Seixas era um fenômeno que o Brasil reconhece e a Bahia esquece. Quando eu vejo uma iniciativa desse tipo, me sinto imensamente feliz”, completou.

Carlos Eládio foi integrante da banda Rauzito e o os Panteras
Carlos Eládio foi integrante da banda Rauzito e o os Panteras Crédito: Ana Lucia Albuquerque/CORREIO

Da plateia, o biólogo André Leite, 34, prestava sua própria homenagem ao artista com uma camisa d’ Os Panteras. Admirador de Raul desde a infância, afeto herdado do pai, ele encontrou também nas entrelinhas das letras do roqueiro reflexões que leva para a vida: “Hoje, tudo que eu sou foi por conta das mensagens que Raul deixou. Ele faleceu no mesmo ano que eu nasci, mas a conexão ficou na obra dele, que é eterna”.

“Acho genial a escolha de homenagear Raul, porque abre a perspectiva e vai para outra direção. Raul é um rebelde, um transgressor. É sensacional a gente poder valorizar os escritos dele”, celebrou o presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Fernando Guerreiro, também presente na abertura da Flipelô.

O secretário municipal de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho, prestigiou o evento e ressaltou o valor cultural de Raul para a Bahia: “Raul marcou a história da música brasileira, é um compositor incrível, tem toda a sua importância na música do Brasil e do mundo, homenageá-lo faz todo o sentido”.

Até domingo (11), a expectativa é que mais 250 mil pessoas passem pela Flipelô. A programação do evento conta com atividades, rodas de conversas e lançamentos literários. Nesta quinta (8), a mesa Baú do Raul, traz uma discussão sobre a vida e a obra do artista. A ideia, segundo o mediador Charles Gavin, ex-baterista do Titãs, é trazer interpretações inéditas da vida do músico: “Espero que a gente consiga produzir reflexões novas sobre a obra do Raul, sobre o personagem que ele criou e sua vida privada, porque ele é uma figura estudada desde sempre”.

“É um aprendizado, é vida, é cultura, é coisa que enche o coração da gente”, disse Marcele Pontes, 38, que não apenas vai estar participar das atividades programadas, como também planeja levar os filhos. Para a estudante de nutrição, a expectativa é de muita literatura e rock ’n’ roll.

Fãs de Raul foram ao Pelourinho prestigiar abertura da Festa Literária
Fãs de Raul foram ao Pelourinho prestigiar abertura da Festa Literária Crédito: Ana Lucia Albuquerque/CORREIO