Filho de Mãe Bernadete participa de encontro com ministro e anuncia instituto
Jurandir Pacífico irá lançar o “Instituto Mãe Bernadete”, em homenagem à líder quilombola assassinada em agosto
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Da Redação
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O gestor cultural e liderança do Quilombo Pitanga de Palmares, Jurandir Wellington Pacífico, filho de Mãe Bernadete, assassinada em agosto, participou de um encontro nesta sexta-feira (15) com o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida e representantes da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ).
Na próxima terça-feira (19), Jurandir irá lançar o “Instituto Mãe Bernadete”, que terá o objetivo de promover cultura, esporte, lazer e entretenimento para os quilombos.
“Meu objetivo com o instituto é manter o legado da minha mãe vivo, forte e firme. Para isso, conto com a ajuda de todos. Nunca vamos desistir”, enfatizou.
O crime
No dia 17 de agosto deste ano de 2023, a líder quilombola e iyalorixá Mãe Maria Bernadete Pacífico Moreira foi brutalmente assassinada. Ela foi líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, uma das dirigentes da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ) e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial da cidade de Simões Filho, na região metropolina de Salvador.
Morta em seu terreiro, além de vítima de racismo religioso, Mãe Bernadete foi alvo do racismo ambiental, já que há disputa fundiária entre o quilombo e proprietários rurais da região. A morte de Mãe Bernadete reproduz a história de seu filho Flávio Gabriel dos Santos (Binho do Quilombo), assassinado em 2017.
Ações
Durante o encontro, o ministro receeu as demandas do grupo pela proteção e garantia de diretos de comunidades quilombolas do Brasil, o ministro ressaltou o compromisso do governo federal com o tema.
“Estamos envidando esforços para que casos como o de Mãe Bernadete não se repita. É essencial criarmos mecanismos para garantir a segurança pessoal das comunidades tradicionais. Por isso estamos aqui reunidos, hoje, para ouvir vocês e, a partir disso, planejarmos estratégias para a manutenção dos direitos humanos nesses locais”, explicou.
O ministro destacou, ainda, o diálogo constante com o Ministérios da Igualdade Racial; o Ministério da Justiça e Segurança Pública; e a sociedade civil. Também participaram do encontro a secretária-executiva do MDHC, Rita Oliveira; a secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos, Isadora Brandão, o coordenador Nacional da CONAQ, José Maximino da Silva; além de outros representantes da coordenação.