Filha de Sara Mariano está longe da escola há 26 dias
Criança de 11 anos está sob guarda da família do pai Ederlan Mariano, que está preso como mandante da morte de Sara
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Larissa Almeida
lpalmeida@redebahia.com.br
Faz 27 dias desde a última vez que a filha da cantora evangélica Sara Mariano, uma menina de 11 anos, esteve na escola. É o que conta a advogada da família, Sarah Barros, que deve juntar a informação ao processo em curso que tem como intuito a obtenção da guarda da criança para a família materna. Atualmente, a menina está sob guarda da família do pai, Ederlan Mariano, que está preso no Complexo da Mata Escura por ser apontado pelas autoridades como mandante da morte de Sara. A garota também não está tendo acompanhamento psicológico.
Quando a criança esteve pela última vez na escola, no dia 25 de outubro, Sara Mariano estava desaparecida há menos de 24 horas, após sair da casa onde morava no bairro de Valéria, em Salvador, com destino a uma reunião de mulheres, em uma igreja localizada em Dias D´Ávila, na noite do dia 24 de outubro. Três dias depois, no dia 27 de outubro, o corpo da cantora evangélica foi encontrado às margens da BA-093, no trecho de Dias D´Ávila.
Desde a morte da mãe trágica da mãe, a menina não teve acesso a acompanhamento psicológico. De acordo com Sarah Barros, a família paterna não informou o motivo para mantê-la longe da escola nem para não lhe dar acesso à ajuda psicológica. A situação já foi informada ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) por meio de petição inicial da defesa da família materna, sendo o atestado de comparecimento escolar a prova que deve ser anexada ao processo.
Sarah Barros ainda diz que seus clientes já dispõem de uma psicóloga para menina, mas que aguarda a audiência que vai decidir sobre a guarda da criança, prevista para o dia 29 de novembro. “Na própria mesa de audiência, vamos querer que fique resguardado a ela esse direito de acompanhamento psicológico. Só vamos agir na audiência, [...] porque, como o juiz acelerou bastante o processo, eu não vou ficar enchendo-o de petição, já que estamos tendo um procedimento mais célere do que os demais”, afirma.
A rapidez no procedimento, conforme argumenta a advogada, se deve à vulnerabilidade da criança. “A criança está vulnerável. Ela teve a mãe morta daquela maneira, o pai preso e está tendo informações que a própria mídia está passando. Os avós paternos sequer se manifestaram no processo e não tem nenhuma determinação para isso. Então, o juiz está tentando realmente resguardar o interesse da criança. Por isso, ela será, inclusive, ouvido. O primeiro passo da audiência será a oitiva dela”, enfatiza.
O Ministério Público da Bahia foi procurado pela reportagem para informar se vai tomar alguma providência com relação a ausência da filha de Sara Mariano da escola, assim como a falta de assistência psicológica para a menina. A pasta não respondeu até o fechamento da matéria.
*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo.