Facções disputam o bairro de Valéria por causa das vantagens do terreno
Policiais foram prender um grupo criminoso e encontram outro bonde que estava indo tomar o mesmo território
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Gil Santos
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As disputas entre facções criminosas pelo bairro de Valéria são antigas e estão relacionadas diretamente com as vantagens que o terreno oferece aos criminosos. A região tem vegetação nativa e densa, o que possibilita esconderijos, é margeada pela BR-324 e pela BA-528, o que facilita a fuga, além de servir como porta de entrada para drogas e armas na capital transportadas por essas vias.
A delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, comentou sobre as disputas que acontecem na região durante a apresentação de um balanço sobre a operação que deixou quatro suspeitos mortos, um policial federal assassinado e outros dois policiais feridos, na manhã desta sexta-feira (15).
“É uma região complexa e que fica muito próxima a duas rodovias, uma BR e uma BA, e isso facilita obviamente a entrada de drogas e armas. Existe uma área de mata fechada o que facilita também que criminosos possam se esconder e ou colocar droga, e por isso nós estamos fazendo várias operações na região de Valéria, como essa integrada com as polícias Federal e Militar”, explicou.
Em abril, Lima Santos da Silva, mais conhecido como Talibã, foi morto durante uma operação policial no bairro de Valéria. Ele foi apontado como uma das lideranças da facção criminosa. Em março, Yure Carlson Santana Santos, o ET ou Cabeca de Repolho, foi morto em outra operação policial. Ele era integrante do Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública – ferramenta com os bandidos mais perigosos e procurados do estado -, porque também fazia parte da liderança do grupo criminoso que atua no bairro.
A delegada comentou sobre a parceria com a Polícia Federal. “Já fizemos várias operações conjuntas. Sempre tivemos uma integração muito grande, porque somos todos Polícia e o trabalho de um acaba complementando o do outro. A Polícia Federal se debruça sobre o tráfico internacional de droga e de armas, e isso reverbera no trabalho da polícia judiciária”, afirmou.
Nesta sexta-feira, policiais civis, federais e militares foram até Valéria cumprir 11 mandados de prisão, mas encontram um bonde de bandidos no caminho que estavam indo até o local enfrentar a facção dominante. Houve troca de tiros. Após o confronto, quatro foram mortos, incluindo Uélisson Neves Brito, o Cara Fina, que integrava o Baralho do Crime.
O policial federal Lucas Caribé Monteiro, 42 anos, também morrei no confronto. Ele estava há dez anos na corporação, era casado e não tinha filhos. Uma polícia federal foi baleada, socorrida para o Hospital Geral do Estado (HGE) e já recebeu alta médica. Já o policial civil Cockton Carvalho passou por uma cirurgia no olho e segue internado. Ele corre o risco de perder a visão.