Estudantes voltam a rotina após casos de tiro e assalto nas imediações da Ufba
Uma estudante foi atingida por um tiro de raspão no braço na segunda (11); nesta terça (12), outra jovem foi assaltada
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Elaine Sanoli
elaine.oliveira@redebahia.com.br
No dia seguinte ao incidente que deixou uma jovem ferida, com um tiro de raspão no braço enquanto aguardava por um ônibus nas imediações da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (Fau), da Universidade Federal da Bahia (Ufba), estudantes e trabalhadores retomaram suas rotinas. Mesmo tomados pelo clima de insegurança, a comunidade Ufba voltou para a atividades normalmente nesta terça-feira (12).
“Depois de ontem fica aquele clima de apreensão. A gente não pode circular [pela universidade] e se circular tem que ficar atento o tempo todo. Não sabe se é bala perdida, se é assalto. É complicado porque isso acaba afetando a nossa rotina como estudantes”, comenta a aluna de Medicina Veterinária, Janaina Guimarães, de 22 anos. A jovem destaca ainda a falta de policiamento na região. “Você não vê um policiamento, você não vê uma segurança. Uma segurança armada também não tem. Tudo que a gente tem para se proteger é o ponto de ônibus”, declara.
A Polícia Militar ficou no local do ocorrido, em frente ao ponto de ônibus da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil (Proae), durante a tarde de segunda e a manhã desta terça, no entanto, por volta das 15h já não havia mais policiais nas imediações. Comerciantes também retornaram normalmente às atividades. Segundo trabalhadores da segurança, o fluxo de estudantes foi considerado normal.
A estudante de desenho plástico, Larissa Alves, de 21 anos, não esteve na região no dia do ocorrido, mas não escapou ilesa do medo que ronda os universitários. “Não só aqui, em todos os lugares, todos os pontos, principalmente da Ufba, estão inseguros. Diversas vezes rola assalto e ficamos sem segurança assim”, avalia.
Outro estudante, que não quis ser identificado, conta que o clima de insegurança tem alterado sua rotina. Com a alta frequência de episódios de violência, o jovem reduziu a frequência com que sai de casa, se limitando apenas a frequentar as aulas da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. “Eu costumo não sair muito por conta do medo de ser assaltado também, porque em qualquer lugar que você vai, você tem que ter um pouco de cuidado mesmo, porque não dá para circular em todo lugar. Então eu fico mais na minha região, da Fau para casa”.
Assalto em outro trecho
A cerca de 1 km de distância, no ponto de ônibus próximo à Creche da instituição, no bairro do Canela, uma jovem foi assaltada, na manhã desta terça. Havia cerca de 20 pessoas no local por volta das 9h, aguardando o transporte, segundo estudantes que estavam no local do crime.
“Como de costume o ponto estava bem cheio, principalmente com estudantes da Ufba, o buzufba estava descendo aí ficamos todos em pé e nesse momento tinha uma menina no meio com um celular na mão”, conta. O assaltante passou pelo local carregando dois objetos: um guarda-chuva, embaixo do braço, e uma faca. Ele deu voz de assaltou, pedindo que a garota passasse o telefone celular.
O caso não foi registrado pelas polícias Civil e Militar. Em comunicado à imprensa, após uma estudante ser ferida com um tiro de raspão no braço, no entorno da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (Fau), nesta segunda-feira (11), a Ufba disse estar em contato com as autoridades de segurança pública para oferecer mais condições para os trabalhadores e estudantes.
“A questão da segurança no entorno da Ufba é tema de preocupação da Administração Central. Na semana passada, o atual reitor em exercício, Penildon Filho, encaminhou um ofício à Secretaria de Segurança Pública do Estado solicitando o fortalecimento da segurança em volta dos campi da Ufba”, informou a instituição.