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Escola de Salvador é premiada em projeto nacional e vai ganhar R$ 30 mil em benfeitorias


 

Unidade fica no bairro do Jardim Campo Verde; duas escolas de Lauro de Freitas também foram contempladas

  • Gilberto Barbosa

Publicado em 02/10/2024 às 06:00:00
Projeto é feito com alunos da Escola Municipal Maurício José Barbosa. Crédito: Marina Silva/CORREIO

Um projeto musical da Escola Municipal Maurício José Barbosa, localizada no Jardim Campo Verde foi um dos três projetos premiados pelo Programa Caminhos para a Cidadania, realizado pela CCR Metrô Bahia em escolas municipais de Salvador e Região Metropolitana (RMS). As instituições vão receber R$30 mil em benfeitorias que poderão ser utilizados para melhorias nas unidades.

Intitulado "Entre cantos e batuques – a música no processo de letramento", o projeto é idealizado pelos professores Esdras Oliveira da Silva e Elton Carlos do Nascimento e tem como princípio o uso da música como instrumento pedagógico para alunos que integram o 4º e 5º ano do ensino fundamental.

As crianças são divididas em duas turmas de 25 alunos, que recebem as aulas no turno oposto das atividades curriculares. Esdras conta que o projeto começou enquanto ele atuava com adolescentes em privação de liberdade.

“Nós estamos ampliando o que fizemos no socioeducativo. Tínhamos poucos alunos, com alguns deles apresentando uma grande dificuldade de leitura e de escrita. Com isso, passamos a fazer aulas misturando as letras das músicas com o conteúdo teórico, trabalhando dentro das limitações deles”, diz.

São duas turmas com 25 alunos; aulas ocorrem às terças. Crédito: Marina Silva/CORREIO

Os jovens eram chamados para as atividades, onde os professores tocavam instrumentos como violão ou percussão. Para Esdras, o projeto apresentou bons resultados, já que os jovens passaram a se envolver com as aulas, seja apresentando as músicas que gostavam ou se juntando aos professores nas atividades musicais.

“Nós tínhamos uma sala própria para as atividades e conseguimos fazer com que os meninos viessem por vontade própria. A escola para eles é uma realidade distante porque alguns deles saíram muito cedo e precisamos ter paciência porque parte deles não veem sentido na escola”, continua.

A primeira aula na Escola Municipal Maurício José Barbosa ocorreu no dia 03 de setembro, com aulas todas às terças-feiras até dezembro. O professor conta que levou uma composição própria para as crianças, que leram a letra e apresentaram as ideias que tiveram sobre a música.

“Eu não dei a minha opinião para deixá-los livres e isso resultou em um trabalho bem rico. A canção é uma coleção de ditos populares voltada para o samba, que tem uma linguagem de fácil comunicação e que eles gostam muito. Eu os vi muito interessados, sem querer sair e ansiosos para dar a opinião deles sobre a música. Eles não vão sair do projeto tocando os instrumentos, mas temos estratégias para eles se interessarem em aprofundar esse conhecimento”, lembra.

Projeto tem como objetivo a integração da música com a pedagogia. Crédito: Marina Silva/CORREIO

Outros dois projetos foram contemplados pelo Programa Caminhos para a Cidadania: "Projeto-Intervenção: Empoderamento Negro e Cultura de Paz", da Escola Municipal Catarina de Sena e “Trilhas de aromas, cores e sabores: do quintal lá de casa ao desenvolvimento sustentável”, da Escola Municipal Tenente Gustavo dos Santos. As duas escolas ficam localizadas em Lauro de Freitas, na RMS. Além da benfeitoria, os educadores também receberão uma monitoria da CCR, que conta com até 12 encontros, feitos à distância.

“O acompanhamento é feito com pessoas do Instituto CCR indo até a escola e acompanhando o desenvolvimento das atividades. A seleção dos projetos é feita a partir de critérios metodológicos como os benefícios do projeto, o enriquecimento cultural para a região, educacional para os alunos e de estrutura para a escola”, explica o gerente de comunicação da CCR Metrô Bahia, Rodrigo Rainer.

“São doze encontros onde nós apresentamos o que estamos fazendo e as nossas dificuldades. No momento as conversas têm como foco a melhor maneira de integrar os outros professores e os programas curriculares ao projeto. O valor doado fica a nosso cargo e vamos usá-lo para comprar novos equipamentos para as aulas e outros que possam suprir as necessidades da escola”, finaliza Esdras.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro