Assine

'Era uma luta coletiva’, diz médica que foi preterida em vaga na Ufba após posse


 

Lorena Pinheiro foi empossada 76 dias após ter nomeação derrubada pela Justiça Federal

  • Millena Marques

Salvador
Publicado em 07/11/2024 às 02:00:00
Lorena Pinheiro em cerimônia de posse. Crédito: Paula Fróes/CORREIO

A médica otorrinolaringologista Lorena Pinheiro, que tomou posse na Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) nesta quarta-feira (6), reiterou que a vitória na Justiça ocorreu em razão de uma luta coletiva. Antes de ser empossada como docente da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Lorena foi impedida de assumir a vaga após a aprovação no concurso.

“Em nenhum momento eu fraquejei. Essa luta não era minha individualmente, era uma luta coletiva. Seria mais uma luta diante de tantas outras que eu e o meu povo teríamos que enfrentar”, disse durante discurso no Salão Nobre da FMB, localizado no Largo do Terreiro de Jesus.

Foram 77 dias entre a derrubada de nomeação e a cerimônia de posse. Ao ser nomeada, Lorena dedicou a vitória à mãe, Maria Ivoneide Pinheiro, que morreu em janeiro do ano passado, aos 68 anos. "Foi a minha mãe, em especial, que falou que eu era capaz, que eu deveria, sim, fazer o curso de Medicina, que eu era capaz de passar na universidade pública, que eu deveria fazer o mestrado e doutorado para seguir o meu sonho de ser professora na Universidade Federal", disse.

Formada em Medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Lorena é mestre em Ciências da Saúde, com pesquisa em leishmaniose mucosa, e doutora em Otorrinolaringologia – ambas especializações pela FMB. A médica fez residência em otorrinolaringologia na Santa Casa da Bahia.

*Com orientação da subeditora Carol Neves