Empresa se pronuncia sobre morte de trabalhadores em elevador: 'Responsabilidade do condomínio'
Dois trabalhadores morreram na manhã desta quinta-feira (14)
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Elaine Sanoli
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Maysa Polcri
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Carol Neves
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Millena Marques
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A empresa empregadora dos dois funcionários mortos na queda de um elevador no prédio Splendor Reserva do Horto, no bairro Horto Florestal, se pronunciou publicamente sobre o caso, na tarde desta quinta-feira (14). Em um vídeo, o advogado da empresa lamentou as mortes e afirmou que a responsabilidade jurídica do acidente deve recair sobre a gestão do condomínio.
No vídeo, o advogado da Bom Preço Mudanças, explica que um dos trabalhadores era funcionário da empresa e o outro atuava como freelancer e que a empresa está prestando apoio às duas famílias das vítimas. "Estamos a toda disposição dos familiares, amigos e de todos que quiserem. Nós, assim como o Seu Alberto [dono da empresa], estão abalados com essa notícia. Perder uma vida é triste, perder duas é demais. A responsabilidade é exclusiva do condomínio", disse.
Os mortos foram identificados como Manoel Francisco da Silva, de 54 anos, e Ariston de Jesus, de 61. Eles utilizavam o elevador de serviço para transportar mudanças de uma apartamento no 6º andar, a cerca de 25 metros. Os dois corpos já foram recuperados pelos bombeiros. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) foi acionado para dar prosseguimento aos procedimentos legais e fazer a perícia.
"Poderia acontecer com qualquer pessoa. Infelizmente, aconteceu com esses dois pais de família, mas a Bom Preço e o Seu Alberto se colocam à disposição, inclusive para colocar os seus advogados para ajudar as famílias, porque a responsabilidade é toda e exclusiva do condomínio", afirmou o advogado.
A administradora Solução&Cia foi procurada pelo CORREIO e afirmou que é responsável apenas pela contabilidade e não possui informações sobre as questões administrativas do condomínio.
A Defesa Civil de Salvador (Codesal) disse que está acompanhando os procedimentos e que os escombros do acidente precisaram ser serrados para retirada da segunda vítima das ferragens.
Procurada a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) informou que foi até o local para interditar e notificar o elevador, mas foi aguarda uma liberação do DPT, que ainda está no local realizando a perícia.
O Conselho Regional dos Técnicos Industriais da Bahia (CRT-BA) também foi ao local do acidente para buscar documentos que comprovem regularidade dos serviço de manutenção.
"Em relação ao condomínio, viemos verificar a empresa que está prestando serviço de manutenção de elevadores. A gente vai avaliar se eles estão emitindo a documentação necessária para esse tipo de execução, quem é o responsável técnico pela empresa, quem foram os profissionais que executaram esse serviço, se eles estão com o plano de manutenção desses elevadores em dia, a periodicidade, e todas essas questões", disse Jadson Lucas Araujo, fiscal do CRT-BA.
Segundo o profissional, a estimativa é que o elevador tenha de 10 a 15 anos de idade, mas ainda não se sabe se o aparelho tem histórico de mau funcionamento.
Funcionários da Atlas, responsável pelo elevador, foram ao local. A empresa divulgou nota lamentando as mortes. "A empresa lamenta profundamente a fatalidade ocorrida em um edifício residencial em Salvador e se solidariza com as vítimas e familiares. Informa que está cooperando com as autoridades na investigação das causas do acidente, bem como trabalhando com o condomínio e todas as outras partes envolvidas. Reitera, mais uma vez, as profundas condolências à família das vítimas", diz o texto.