'Emboscada de facção', diz morador sobre morte de casal na Estrada de Caraíva
Polícia aponta ligação de Carlos André do Santos Alves, uma das vítimas, com grupo criminoso
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Wendel de Novais
wendel.novais@redebahia.com.br
O ataque que matou o casal André dos Santos Alves, 29 anos, e Ana Júlia Freire dos Santos, 22, na manhã do último domingo (15), na Estrada de Caraíva, no extremo-sul da Bahia, foi planejado e executado por uma facção do município de Eunápolis, onde as duas vítimas moravam. É isso o que atestam moradores da região, que apontam o grupo criminoso Primeiro Comando de Eunápolis (PCE) como responsável pela execução do casal.
Apesar dos dois terem sido mortos na Estrada de Caraíva, eles foram atacados após a região da Aldeia de Barra Velha, na localidade do Xandó. "Foi mais para a região do Monte Pascoal, onde a estrada vai em direção a Eunápolis. Foi emboscada de facção porque aproveitaram para fazer uma tocaia quando eles estavam voltando. Ele [André] tinha uma desavença com o PCE [Primeiro Comando de Eunápolis]", fala um morador, sem se identificar.
De acordo com uma outra moradora, circula em grupos de mensagem por aplicativo imagens postadas por André, já que ele estava na região aproveitando o feriado para comemorar o aniversário de namoro com Ana Júlia. "A galera compartilhou aqui que ele estava postando. Na certa, viram a publicação e quiseram fazer acerto de contas. Se fosse grupo daqui atacando, não teria morrido tão longe. Com certeza, é coisa do pessoal de lá. A gente não sabe qual é a razão", fala ela.
A região de Monte Pascoal onde o casal foi encontrado, que dá acesso a Itabela e também a Eunápolis, fica a cerca de 45 km de Caraíva. De acordo com informações, só André teria sido alvo de 18 tiros dados nas costas e no tórax. O carro onde os dois estavam foi incendiado e um foi deixado um bilhete com a mensagem 'PCE É BALA'.
A autoria e motivação do crime estão sendo investigadas pela 1ª Delegacia Territorial (DT/Eunápolis). A Polícia Civil foi procurada para dar mais detalhes sobre o caso e informações sobre o bilhete deixado no local. Em resposta, informou que Carlos André já era investigado por crimes e ligado a uma facção da região.
"Conforme as investigações, Carlos André era investigado por roubo qualificado e homicídio e era suspeito de integrar um grupo criminoso. Um bilhete referindo-se a uma retaliação cometida por supostos rivais foi encontrado junto ao corpo do homem. Depoimentos e diligências investigativas estão sendo realizadas. Laudos periciais vão auxiliar na apuração do crime", detalhou a PC.