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Em menos de dois meses, três corpos são encontrados em carrinhos de supermercado em Salvador


 

Caso mais recente aconteceu neste domingo (17), e polícia investiga

  • Maysa Polcri

Publicado em 17/11/2024 às 17:50:36
Polícia Civil investiga os casos . Crédito: Divulgação

A Polícia Civil investiga o aparecimento de, ao menos, três corpos em carrinhos de supermercados em Salvador. Os casos aconteceram em menos de dois meses, sendo o último deles neste domingo (17), na Calçada, e o outro na sexta-feira (16), na Avenida Heitor Dias. Em setembro, Richard de Jesus Santana, 21, foi torturado, esquartejado e teve o corpo abandonado em um carrinho de supermercado na Avenida Bonocô. Familiares acreditam que a vítima foi confundida com um traficante.

A Polícia Civil não informou se identificou os corpos encontrados em situação parecida na sexta (16) e neste domingo (17). Questionada, a polícia também não confirma se investiga a relação entre os episódios. A semelhança, no entanto, chama atenção. Na sexta-feira (16), equipes da 37ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/ Liberdade) receberam a denúncia de que um corpo estaria dentro de um carrinho de supermercado na Avenida Heitor Dias. 

No local, a ocorrência foi constatada, e o Departamento de Polícia Técnica (DPT), acionado para a perícia e remoção do corpo. Dois dias depois, a Polícia Militar recebeu outra denúncia de um corpo abandonado dentro de um carrinho de supermercado.

Dessa vez, na Travessa Frederico Pontes, na Calçada. A vítima, nesse caso, foi esquartejada e abandonada enrolada dentro de um saco. Segundo a Polícia Civil, o corpo ainda não teve identificação formal. 

Em 28 de setembro, o corpo de Richard de Jesus Santana foi encontrado em um carrinho de supermercado na Avenida Bonocô. Os familiares acreditam que o jovem foi morto por traficantes apenas por ter morado no bairro do Garcia. Ele teria sido capturado por criminosos na Rua Souza Uzel, mais conhecida como Rua 13, na Federação. 

O local tem atuação de traficantes do Bonde do Maluco (BDM) que, para a família, teriam confundido a vítima com um integrante do Comando Vermelho (CV). A confusão, entretanto, não aconteceu por ele parecer fisicamente com algum membro da facção rival, mas por ter sido morador do bairro do Garcia, onde o CV tem atuação e domínio do tráfico de drogas, bem como de ações criminosas. 

Apesar da confusão e tortura, Richard não tinha ligação com a facção carioca, além de não ter qualquer indiciamento ou registro criminal no sistema do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ).