Eleição 2026 já provoca acirramento na base petista na Bahia
Governistas estão em duelo pelas vagas da chapa majoritária; por enquanto, são cinco pré-candidatos para quatro espaços
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Rodrigo Daniel Silva
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Mesmo distante dois anos e tendo uma eleição municipal no caminho, os integrantes da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) já discutem o pleito de 2026 e os ânimos têm se acirrado. Isso porque só tem quatro vagas para no mínimo cinco pré-candidatos e, no final de semana, uma fala do senador Jaques Wagner (PT) aumentou ainda mais o mal-estar no grupo petista.
Wagner declarou que, se a eleição fosse hoje, só teria garantido os nomes dele e de Jerônimo Rodrigues, ambos postulantes à reeleição. O senador petista disse que o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) está com o futuro político indefinido, já que é pré-candidato a prefeito de Salvador no pleito deste ano. Em um eventual vitória, ele não seria, então, candidato no pleito de 2026. Wagner, entretanto, não fez nenhuma menção ao nome do senador Ângelo Coronel (PSD), que já manifestou publicamente o desejo de disputar a recondução.
Para o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) e aliado de Coronel, Adolfo Menezes (PSD), Wagner não quis rifar o senador do PSD da chapa ao não citar o correligionário. “Ele disse que está certo Jerônimo e ele, o que não significa que rompeu. Não rifou ninguém. É uma forma de falar. Até porque, ele (Wagner) não pode fechar uma chapa faltando tanto tempo ainda. Ainda tem uma eleição municipal pela frente”, minimizou Menezes.
Adolfo Menezes aproveitou, no entanto, para colocar seu nome também na roda. Reiterou que, se tiver espaço, quer ser candidato a senador daqui a dois anos. Disse que ele se “adaptaria rápido à confortável cadeira do Senado”. Diante da possibilidade de Coronel ficar sem a vaga na majoritária em 2026, o PP já teria, inclusive, aberto as portas para o senador do PSD. A reportagem tentou falar com o senador Coronel, mas não conseguiu até o fechamento desta edição.
Presidente do PT na Bahia, Éden Valadares disse que o senador do PT apenas “ foi ao encontro do sentimento do partido” que quer ver Wagner e Jerônimo candidatos em 2026. “Mas não vamos antecipar essa discussão, não. Antes de 2026 temos um 2024 para atravessar e nosso foco está nisso, nas eleições municipais”, afirmou ele.
Quem também quer estar na chapa de 2026 é o atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). No início de março, em entrevista à rádio Piatã FM, ele disse que pretende “submeter seu nome” para a majoritária da próxima eleição geral. Nesta segunda-feira (5), Jerônimo Rodrigues se esquivou sobre a intenção do seu padrinho político de querer estar na composição daqui a dois anos. Disse apenas que Rui Costa tinha uma “missão muito grande” agora que é ajudar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a governar o País.
Em 2022, o grupo petista não conseguiu manter a base política unida. O PP, do então vice-governador e atual deputado federal João Leão, rompeu com os governistas e decidiu apoiar o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), na disputa ao Palácio de Ondina daquele ano.