'É uma dor', diz pai sobre ficar cara a cara primeira vez com acusados de matar o menino Joel
Júri popular acontece nesta segunda-feira (6), no Fórum Ruy Barbosa
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Bruno Wendel
bruno.cardoso@redebahia.com.br
O julgamento do caso da morte do menino Joel ganhou um novo capítulo nesta segunda (6). A data, além de marcar o começo do julgamento do ex-policial militar Eraldo Menezes de Souza e do tenente PM Alexinaldo Santana Souza, marcará o pai do garoto por outro motivo: é a primeira vez que o capoeirista Joel Castro ficará frente a frente com os réus.
"É uma dor de pai saber que aqueles elementos tiraram a vida do meu filho. Eu entrego a Deus, e que a justiça aqui dos homens seja feita", disse o capoeirista, confiante na condenação dos dois homens. Foi da arma de Eraldo que partiu o tiro que matou o menino. Já o tenente foi denunciado pelo Ministério Público porque estava no comando da operação.
O pai de Joel encarou esse momento doloroso com o suporte de parentes e amigos, além de organizações de movimentos negros. Todos amanheceram em frente ao Fórum Ruy Barbosa nesta manhã, para acompanhar o julgamento do caso que aconteceu há 13 anos, no bairro do Nordeste de Amaralina. Vizinhos também chegaram em um ônibus para prestar apoio.
"Joel está na memória de cada um aqui, quando se fala deste fato. Eu não queria que ele fosse lembrado desse jeito, mas Deus sabe o que faz. Que esses homens sejam condenados", desabafou o pai do menino. Segundo o Tribunal de Justiça, a entrada ao júri será permitida ao público, mas fotos e gravações estão proibidos.
Para compor o júri, foram escolhidos cinco homens e duas mulheres. Além deles, foram convocadas outras 14 testemunhas, sendo quatro de acusação e 10 de defesa, cinco de cada réu.