Diretor de presídio no sul da Bahia é exonerado
Unidade prisional foi alvo de operação na mesma semana em que a exoneração foi publicada
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Maysa Polcri
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O diretor do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas (CPTF), Rodrigo Tavares Figueiredo Costa, foi exonerado do cargo na última sexta-feira (22). A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) no sábado (23). Na mesma semana em que o diretor foi exonerado, uma operação conjunta apreendeu celulares, armas e carregadores no presídio. Segundo Rodrigo Tavares, ele solicitou a exoneração por motivos pessoais.
A ação, deflagrada pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), teve início na quarta-feira (20) e durou três dias. Buscas foram realizadas em 58 das 65 celas em funcionamento, e mais de 500 custodiados foram revistados. Foram 57 celulares apreendidos, além de 22 armas brancas improvisadas e sete carregadores, na 6ª fase da Operação Mute.
Em meio à operação, Rodrigo Tavares foi exonerado do cargo. Ele era diretor do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas desde dezembro do ano passado, quando assumiu o cargo após a saída do major Silvio Nunes. Rodrigo Tavares é natural de Lajedão, no sul baiano, e é formado em Direito. Ele tem registro ativo na Ordem dos Advogados do Brasil na Bahia (OAB-BA).
Procurado pelo CORREIO, Rodrigo Tavares enviou um documento à reportagem no qual solicita a exoneração do cargo, por motivos pessoais, no dia 18 de novembro - dois dias antes do início da operação. O pedido foi enviado, por e-mail, ao secretário José Carlos Souto de Castro Filho. No Diário Oficial, no entanto, não consta que a exoneração foi feita a pedido.
Charles de Sousa Martins foi nomeado para ocupar o cargo de diretor no lugar de Rodrigo Tavares. Ele foi diretor do Presídio Padrão Romero da Nóbrega, na Paraíba, durante três anos. Foi exonerado em agosto deste ano. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) foi questionada sobre a troca no comando do Conjunto Penal, mas, até esta publicação, não respondeu se a exoneração tem relação com a operação.
Operação Mute
A ação realizada no Conjunto Penal de Teixeira de Freitas corresponde a 6º fase da Operação Mute, que foi realizada em diversos estados brasileiros. Em dezembro de 2023, o Conjunto Penal de Feira de Santana foi alvo de buscas. Na Bahia, a entrada de materiais ilícitos em presídios é apurada pela Secretaria de Administração Penitenciária.
De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), a retirada de celulares do interior das celas e pavilhões tem como objetivo "eliminar a comunicação e a possível articulação entre internos do Conjunto Penal e criminosos do lado externo da unidade prisional, além de garantir a ordem e a disciplina no sistema prisional".