Destino da filha de Sara Mariano segue incerto após audiência
Sessão aconteceu nesta quarta-feira (29), no Fórum da Família, em Nazaré
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Yasmin Oliveira
redacao@redebahia.com.br
Foi realizada nesta quarta-feira (29) a primeira audiência do processo que definirá o destino da filha de Sara Mariano. A decisão de qual família ficará com a guarda da criança de 11 anos está nas mãos do juiz titular do caso, Maurício Brasil. A audiência foi presidiada pela juíza substituta Lídia Isabela Gonçalves.
As famílias materna e paterna disputam a guarda da menor, mas a provisória continua com a paterna. A audiência foi finalizada por volta das 18h e durou todo o dia. Foram quatro horas pela manhã e mais três horas à tarde. A próxima audiência ainda não foi marcada, mas o Ministério Público irá emitir um parecer em até sete dias sobre o que foi visto para a juíza tomar a decisão da guarda. A informação foi confirmada pelo advogado da família paterna, Otto Lopes.
Pela manhã, a menor foi ouvida e, após o almoço, duas testemunhas e uma declarante chamadas pelos advogados da família materna. Os avós maternos e paternos ainda deverão ser ouvidos ao longo do processo. Tudo indica que a guarda será unilateral, ou seja, atribuída apenas à família materna ou paterna. A advogada que representa a família da cantora gospel não acredita que a juíza opte pela guarda compartilhada da menina de 11 anos.
Sobre a guarda provisória ainda estar com a família paterna, a advogada que representa a família materna, Joeline Araújo, afirmou: “Nós estamos confiantes de que essa realidade vai ser modificada”.
“A expectativa é de permanecer com a guarda da criança, pois são as pessoas que a criança demonstra mais amor e afeto. A menor afirmou a todo momento que deseja ficar com os avós paternos, inclusive até as testemunhas arroladas pela família materna falam bem dos avós paternos”, relata o advogado que representa a família paterna.
Otto Lopes reforça que não pode dar muitas informações devido ao sigilo do caso, no entanto, avalia que a audiência foi excelente e os depoimentos ocorridos durante o dia foram favoráveis aos avós paternos.
Estavam presentes no Fórum da Família os avós paternos, maternos e suas defesas. A avó materna, Dolores Correia, chegou ao local antes das 9h e, diferentemente de outras ocasiões, não quis falar com a imprensa. Ela também não deixou o local na pausa para o almoço. Ao fim da audiência, Dolores recusou fotos e permaneceu com a decisão de não falar com a imprensa.
“A chance de ser guarda compartilhada sempre existe porque é isso que se preza, em geral, no Direito da Família. Mas nós vemos duas dificuldades para isso: o feminicídio e porque a avó materna não mora aqui”, afirma Joeline Araújo, advogada que representa a família de Sara Mariano.
Segundo a advogada da família materna, Joeline Araujo, a criança tomou conhecimento dos acontecimentos que envolveram a morte da cantora gospel Sara Mariano.
Relembre o caminho até a audiência
A audiência foi marcada depois que Dolores Correia, mãe de Sara Mariano, solicitou à Justiça a guarda da criança. Dolores reside na cidade de Imperatriz, no estado do Maranhão.
A família materna ficou 21 dias sem ter contato com a menina, até que o Ministério Público da Bahia (MP-BA) decidiu pela convivência provisória com a mãe de Sara Mariano. A menina prestou depoimento na Delegacia de Repressão a Crime contra a Criança e o Adolescente (Dercca) na manhã do dia 21.
Ederlan Mariano está preso no Complexo da Mata Escura desde o dia 28 de outubro. Ele é apontado pela polícia como o mandante do assassinato de Sara. O corpo da cantora foi encontrado três dias após o desaparecimento em uma área de mata às margens da BA-093, na região de Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador. Além de Ederlan, outros quatro suspeitos de envolvimento no crime estão presos.
*Com orientação da subeditora Monique Lôbo