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Delegacias de Salvador registraram até 70 casos de racismo e intolerância religiosa em 2023


 

Governo enviou mensagem sobre projeto de lei para criação de delegacia de repressão aos crimes para os deputados

  • Wendel de Novais

Publicado em 13/11/2024 às 11:54:53
Casos foram registrados pela Polícia Civil. Crédito: Reprodução

Mesmo na cidade mais negra fora de África, os casos de racismo e intolerância religiosa ainda se constituem como um problema. De acordo com o governador Jerônimo Rodrigues, nas delegacias territoriais, a quantidade de casos dos dois crimes chegaram a somar 70 registros no ano de 2023. Para ele, os números são sinais de que há ainda muitas situações criminosas que não chegam até as autoridades de polícia.

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"Quando você encontra, nos registros de uma delegacia, 70 ocorrências de racismo e intolerância religiosa no ano passado [2023], você imagina a quantidade de casos como estes que não chegam na mesa de um delegado, uma delegada. As pessoas, às vezes, têm medo e não têm informação suficiente e não compreendem determinadas ações como racismo ou intolerância religiosa", afirma Jerônimo.

A fala do governador aconteceu durante um evento onde o gestor assinou uma mensagem para envio à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) do Projeto de Lei que cria a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes por Discriminação e Intolerância Racial e Religiosa (Decrin). A criação da unidade se converteria na criação de um eixo especializado para os crimes na Polícia Civil, segundo o governo.

Até por isso, Jerônimo espera que o projeto, que ainda será debatido e votado pelos deputados estaduais, possa ser executado até o Carnaval."Nós temos que enfrentar esse tipo de atitude com a polícia. O que for caso de polícia, terá polícia. Para o que for caso de mudança de cultura, estaremos dentro das escolas, das igrejas, dos terreiros e outros ambientes para mudar. A Delegacia, assim que voltar da Alba, tomaremos todas as decisões para ter já no Carnaval ela funcionando", completou ele.

A nova unidade da Polícia Civil vai atuar no combate à intolerância e no fortalecimento dos direitos humanos, além da proteção de entidades e patrimônios públicos e privados. Não há, no entanto, informações sobre o local que ela poderia ser instalada e quando a Alba vai avaliar o projeto.