Corte de R$ 13 milhões na Ufba deve afetar uso de água, energia e manutenção
Restrição orçamentária pode impedir ampliação de ações afirmativas na universidade
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Wendel de Novais
wendel.novais@redebahia.com.br
O corte orçamentário que reduziu em R$ 13 milhões o aporte de custeio da Ufba em 2024 deve afetar a maneira como a universidade utiliza água, energia e aplica manutenção nos seus equipamentos ao longo do ano. A defasagem não é novidade, já que desde 2016, a instituição aponta para cortes recorrentes no dinheiro que tem para custeio. Até por isso, quando questionada, a Ufba afirma que seguirá implantando ações de redução de custo nos serviços citados acima.
“A defasagem orçamentária acumulada nos últimos anos vem obrigando a Universidade a adotar, de modo permanente, medidas de austeridade na gestão de todos os seus contratos. [...] Nesse sentido, medidas visando a redução de despesas com água e energia e limitações aos principais contratos de serviços terceirizados - entre os quais vigilância, recepção e limpeza -, inicialmente implementadas de forma excepcional, acabaram se incorporando ao dia a dia”, diz a Ufba, em nota.
Com o corte, a Ufba terá em 2024 um orçamento 7% menor em relação ao ano passado. Enquanto, em 2023, o orçamento de custeio foi de R$ 186,3 milhões. Neste ano, ele cai para R$ 173,2 milhões. O orçamento de custeio, que foi afetado pelo corte, se refere aos recursos aplicados em despesas com contratos de prestação de serviços, aquisição de materiais de consumo, diárias, passagens, bolsas e benefícios aos estudantes. Se difere, por exemplo, do orçamento de capital, que é aplicado em construções, instalações e aquisição de equipamentos e materiais permanentes.
Mesmo com os cortes no orçamento referente a bolsas e benefícios, a Ufba garante que não haverá cortes no auxílio que dá aos estudantes. “As bolsas e auxílios são prioridades da gestão da Universidade e serão mantidos. Grande parte desses benefícios integra a rubrica de assistência estudantil, que teve seu valor aumentado em cerca de 15% em relação a 2023, totalizando R$ 42,5 milhões”, completa a universidade.
Há, no entanto, uma incerteza sobre a aplicação de R$ 8,7 milhões desse montante, que é condicionado à abertura de crédito adicional pelo Governo Federal ao longo do ano, algo que pode não acontecer caso haja frustração de receitas. Isso impediria, por exemplo, a ampliação de ações afirmativas por parte da Ufba. Paulo Miguez, reitor da universidade, descarta, ainda, qualquer paralisação em suas atividades por conta do corte.
“A Ufba, em hipótese alguma, paralisará suas atividades em função das restrições orçamentárias. Resistiremos! Ao informar sobre a delicada situação orçamentária em que se encontra, a universidade busca sensibilizar a sociedade e seus representantes, alertando para a importância fundamental da Universidade para o desenvolvimento social da nação [...]”, declara Miguez.