Confira as universidades mais empreendedoras do estado
Ranking nacional tem instituição baiana no top 5
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Gil Santos
gilvan.santos@redebahia.com.br
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Larissa Almeida
lpalmeida@redebahia.com.br
A Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufsb) e a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) foram consideradas as mais empreendedoras da Bahia. O dado é da Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior), que fez o Ranking de Universidades Empreendedoras de 2023. A Ufsb e a Uesc ocuparam a 33ª e a 45ª posição no quadro nacional, respectivamente. O Instituto Federal da Bahia (Ifba) ficou no top 10 dos Institutos Federais Mais Empreendedores do Brasil, ocupando o 5º lugar.
A confederação explicou que o ranking é feito por coleta de dados e avalia as instituições a partir de seis critérios: inovação, extensão, cultura empreendedora, capital financeiro, infraestrutura e internacionalização. A pesquisa existe desde 2016 e, no projeto, os estudantes são consultados sobre a percepção em relação a Instituição de Ensino Superior (IES) em que estão matriculados.
No estudo deste ano, foram analisadas mais de 100 instituições de ensino superior nas 27 unidades federativas do Brasil, contando com a participação de cerca de 34 mil estudantes. A líder de Educação Superior na Brasil Júnior e coordenadora geral do ranking, Rafaella Bezerra, explica: “uma IES empreendedora é a comunidade acadêmica inserida em um ecossistema favorável que desenvolve a sociedade por meio de suas práticas inovadoras. Esse conceito foi idealizado na primeira edição do ranking de cidades empreendedoras e foi adaptado para as IES empreendedoras com esse conceito sênior, tanto para as universidades, quanto para os institutos federais”.
Na prática, uma instituição de ensino empreendedora oferece aos estudantes mais chances de ingressar no mercado de trabalho e oportunidades de desenvolver pesquisas acadêmicas mais aprimoradas. O professor e coordenador do Núcleo de Inovação e Tecnologia da Uesc, Gesil Amarante II, comemora o resultado.
“A Uesc é uma universidade jovem, mas tem trabalhado a questão do empreendedorismo inovador há algum tempo. Temos 33 cursos de graduação e nove empresas Júnior, o que entendo ser um bom indicador, mas queremos mais. Vemos a universidade não apenas como uma instituição acadêmica, mas como uma ferramenta de desenvolvimento regional”, diz.
Ele lembra que a Uesc foi fundada em 1991 e, cinco anos depois, já havia iniciado o movimento de empresas Júnior no campus. Em 2009, criou o Núcleo de Inovação Tecnológica que ele coordena e que vem promovendo a inovação internamente e na região de influência da instituição.
“O Brasil precisa mudar sua estrutura econômica, demasiado dependente de commodities de baixo valor agregado. Precisamos crescer na cadeia de valor e isso se faz com juventude bem formada e com vontade de mudar o mundo de forma ética e usando o que sabe. Não são riquezas naturais que fazem um país mais desenvolvido, são riquezas de ideias e é nisso que devemos investir”, acrescenta.
Criada em 2013, a Ufsb é a universidade federal mais nova do estado. Segundo a reitora Joana Angélica Guimarães da Luz, desde o início do seu funcionamento, a Ufsb buscou se aproximar de outras entidades tendo em vista a obtenção de parcerias para o desenvolvimento tecnológico – que é um dos pilares do destaque empreendedor da universidade, na sua visão.
"Nós já começamos nossas atividades com a perspectiva de criação de um parque tecnológico em colaboração com outras universidades da região. Articulamos a criação desse parque com envolvimento de outras entidades da região. No nosso caso, que estamos na região cacaueira, com a temática mais voltada para o cacau, criamos cursos rápidos para a formação de tecnólogos para atuar no mercado de trabalho da região com uma grande articulação com o setor produtivo. Eu acho que essas coisas todas que estamos fazendo têm nos dado esse destaque", enfatiza.
Institutos
Pela primeira vez, a pesquisa avaliou o desempenho dos institutos federais e o Ifba conquistou o 5ª lugar, ficando atrás apenas do Instituto Federal de Pernambuco (Ifpe), do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (Ifrn) e do Instituto Federal do Sul de Minas Gerias (IF Sul de Minas).
Para a reitora Luzia Mota, a posição ocupada pelo Ifba reflete o resultado de ações empreendedoras, como empresas juniores, escritórios de projetos e incubadoras de cooperativas, implementadas através da Curricularização da Extensão e da Pesquisa como princípios educativos.
Ela ainda explica que o conceito de empreendedorismo desenvolvido na instituição afasta o individualismo em prol de uma construção coletiva. "Nós vivemos em uma sociedade com profundas contradições e desigualdades, nossos problemas são comuns. Logo, as soluções para um bem-estar coletivo dependem do esforço pessoal, sim, mas dependem também de uma rede de políticas sociais e empresariais que garanta oportunidades para todos e todos”, pontua.
Por sua vez, Deise Neves Piau, chefe do Departamento de Inovação (Dinov), vinculado à Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do Ifba, esclarece o que levou o instituto a ter um caráter empreendedor. "O que impulsiona o instituto a entender e buscar projetos ligados ao empreendedorismo é reconhecer que esse processo da educação empreendedora consegue fazer com que o estudante entenda qual é o seu percurso formativo para a vida, na tomada de escolhas e decisões profissionais e para o futuro", fala.
Entre as faculdades, a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG) lideram a lista nacional. A Universidade do Estado da Bahia (Uneb), que na última pesquisa tinha ficado com a 38ª posição, não foi avaliada. Segundo a Brasil Júnior, a instituição não encaminhou todos os dados para participar da avaliação.
Confira as instituições baianas mais bem colocadas no ranking:
• Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufsb) - 33ª posição
• Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) - 45ª posição
• Universidade Federal da Bahia (Ufba) - 55ª posição
• Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (Ufrb) - 57ª posição
• Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob) - 63ª posição
• Universidade Estadual de Feira de Santana (Uesf) - 85ª posição
• Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) - 108ª posição
Confira as instituições do Nordeste mais bem colocadas no ranking:
• Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Ufrn)
• Universidade Federal do Sul da Bahia (Uesc)
• Universidade Federal do Ceará (UFC)
• Universidade Tiradentes (Unit-SE)
• Universidade Federal da Paraíba (Ufpb)
• Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc)
• Universidade Federal de Alagoas (Ufal)
• Universidade Federal do Cariri (Ufca-CE)
• Universidade Federal de Sergipe (UFS)
• Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe)
Confira o ranking nacional dos institutos federais:
• Instituto Federal de Pernambuco (Ifpe)
• Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes)
• Instituto Federal do Rio Grande do Norte (Ifrn)
• Instituto Federal do Sul de Minas Gerias (IF Sul de Minas)
• Instituto Federal da Bahia (Ifba)