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Com recorde de participação, Maratona Salvador reúne corredores de diferentes estados na Boca do Rio


 

Neste ano, a Maratona aumentou em 25% do número de competidores, saltando de 8 mil, em 2023, para 10 mil em 2024

  • Elaine Sanoli

Publicado em 23/09/2024 às 05:00:00
Maratona Salvador 2024. Crédito: Paula Fróes/CORREIO

A 984ª corrida da vida do engenheiro Marcos Horta levou às ruas da Boca Rio uma multidão de competidores de diferentes idades, gêneros e nacionalidades. Com 15 maratonas e 25 anos de prática no currículo, o soteropolitano de 75 anos correu mais uma vez a Maratona Salvador. Este ano, mesmo com o marca-passo no coração, Marcos não deixou de participar e correu na categoria geral de 5 km.

Com ele, cerca de 10 mil competidores foram ao Parque dos Ventos ontem (22) para correr a Maratona Salvador 2024. Diferente de Marcos, a terapeuta Paula Matarese, de 35 anos, participou pela primeira vez. Na estreia, Paula ganhou um prêmio diferenciado: ao cruzar a linha de chegada, recebeu o pedido de casamento do noivo Vinny Lago. "Estou trabalhando com um projeto voltado para mulheres chamado 'Mentoria Bride Run' e quando eu cheguei ali na linha de chegada, nada mais simbólico do que receber esse pedido de casamento. Tenho certeza de que estou no momento certo, com o homem certo para a vida", vibrou.

Entre corredores experientes e iniciantes, o atleta de meia maratona Kiplimo Kimutai, de 40 anos, estreou em terras soteropolitanas. Em 2009, quando começou a correr apenas porque morava muito distante da escola, o queniano não imaginava chegar tão longe, mas competir em Salvador, tem um gosto diferente. "Eu sabia que essa maratona seria muito competitiva, então eu treinei bastante todos os dias para competir hoje", disse o vencedor da categoria de elite para 21 km.

A presença de atletas profissionais na competição, para o ex-prefeito ACM Neto, é um incentivo para a juventude soteropolitana que pode, no futuro, representar o estado em competições esportivas ao redor do mundo. "Salvador se consolida como um grande destino de eventos esportivos e isso estimula a turma mais jovem a praticar esportes de alto rendimento. Fico muito feliz, porque essa semente foi a gente que plantou e agora vemos que ela dá frutos", celebrou, ao fim da sua corrida na categoria de 10 km geral.

Para cada modalidade da Maratona, uma opção de mesma distância foi concorrida por pessoas com deficiência (PCDs). Os amigos Gilvan de Lima, de 53 anos, e Cícero Carlos, de 49, levaram o pódio em primeiro e segundo lugar respectivamente. A disputa do paraibano e do alagoense pelo grande prêmio dos 21 km para PCDs foi acirrada. "Foi cadeira a cadeira até mais ou menos os 5 km. Traçamos uma estratégia para não deixar os componentes chegarem até nós. A gente fez e deu certo, vencemos", celebrou Cícero.

Correr em coletividade foi uma opção adotada por grande parte dos corredores. Embora estivesse se preparando para a categoria de 21 km geral, a engenheira eletricista Vanessa Conceição, de 40 anos, teve uma lesão em abril e precisou desacelerar os treinos para se recuperar. Ainda assim, amarrou os cadarços do seu tênis de corrida e arrastou a família para fazer o percurso de 5 km da Maratona. “Meu cunhado e a namorada estão correndo, meu esposo, minhas duas primas e os maridos também. No final das contas, acaba um influenciando o outro”, disse sorridente, ao lado da companheira de corridas.

Recorde de participação

Neste ano, a Maratona Salvador teve um aumento expressivo no número de competidores. Saltando de 8 mil, em 2023, para 10 mil em 2024, o evento esportivo contou com 25% corredores a mais. "A gente cresceu também em número de participantes de fora Salvador, da Bahia e do Brasil. Salvador vem tratando o turismo esportivo de forma muito responsável. Isso gera rendimentos econômicos para a cidade", destacou o presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington, que distribuiu as premiações aos cinco primeiros colocados de cada categoria.

De acordo com o prefeito Bruno Reis (União), cerca de 50% dos corredores do domingo são de fora de Salvador, o que ajudou a chegar em 90% a capacidade hoteleira da cidade. "Um evento como esse é importante para estimular o esporte e projetar nossa cidade no Brasil e no mundo, mas também para gerar emprego e renda, diante de tanto visitantes que vão rodar com motoristas de aplicativos, comer do nosso acarajé, beber da nossa água de coco e lotar nossos bares e restaurantes", comentou.

Ao longo do percurso, pontos de hidratação fizeram a distribuição de água para os corredores. Na linha de chegada, o espaço contou com áreas de alimentação e médicas, que incluíam frutas, isotônicos e massoterapia. Para comemorar, o final da Maratona foi marcado por um carnaval fora de época. Armandinho e os irmãos Macedo fizerem, até mesmo quem já tinha esgotado as energias, levantar a poeira e dançar.