Circulação de ônibus é suspensa em Sussuarana após ataque

A circulação de ônibus foi suspensa no bairro de Sussuarana, em Salvador, nesta quarta-feira (11). A interrupção do atendimento acontece após um grupo tentar incendiar um coletivo e efetuar disparos de arma de fogo na Av. Ulysses Guimarães, via principal da região, na noite de terça-feira (10). 

A Secretaria de Mobilidade (Semob) informou que, desde às 6h, já autorizou o retorno do serviço. O Sindicato dos Rodoviários disse que ainda está analisando a situação, mas alguns ônibus já voltaram a circular, por volta das 7h30. O policiamento foi intensificado.

Na noite de ontem, um ônibus que faz a linha 0518 - CAB/Sussuarana x Engenho Velho de Brotas transitava na avenida, por volta das 22h, quando foi atingido por diversos disparos. O veículo ainda foi interceptado por dois homens que tentaram incendiar o coletivo. Como não houve êxito, os operadores do veículo conseguiram fazer o recolhimento para a garagem.

Policiais militares foram acionados e fizeram rondas, mas nenhum suspeito foi localizado. Não há registro de pessoas feridas na ação.

Pelo menos três ônibus foram incendiados em Sussuarana durante 2023, de acordo com a Secretaria de Mobilidade (Semob). Como cada um destes veículos custa R$ 751 mil, o prejuízo causado pelos atos de vandalismo já chega a R$ 2,2 milhões em 2023.

Um rombo para as concessionárias, que nem conseguem resolver a situação de imediato. Isso porque, de acordo com Fabrizzio Muller, titular da Semob, o período para reposição de um ônibus da Integra não é curto e pode chegar a um ano.

"Não existe ônibus pronto para reposição em lugar nenhum. Esses ônibus são queimados e entram em um processo de renovação de frota que não é simples. E quem acaba pagando o preço é o usuário, que vai deixar de ter o ônibus no processo de reposição. Para se ter uma ideia, do pedido até a chegada do ônibus, corre cerca de um ano", conta o secretário.

O prejuízo, para quem mora no local, é imediato. Por causa da situação, durante toda a manhã, os ônibus não circularam na região, e os moradores precisaram ir até o CAB para conseguir transporte.

No caso das duas queimas anteriores, as ações seriam motivadas por uma disputa entre as facções do Bonde do Maluco (BDM), que atua na Velha Sussuarana, na região do fim de linha, e do Comando Vermelho (CV), que atua na Nova Sussuarana, na Avenida Ulysses Guimarães.