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Chacina de Sete de Abril: pai foi executado ao questionar morte do filho


 

Cinco pessoas foram mortas em ataque no sábado (19)

  • Wendel de Novais

Publicado em 21/10/2024 às 09:04:51
Cápsula de bala encontrada no local do crime em Sete de Abril. Crédito: Wendel de Novais/CORREIO

A morte de Jackson Reis Barbosa, 39 anos, uma das vítimas que deixou cinco mortos em Sete de Abril, aconteceu após ele questionar os suspeitos do crime pelos tiros dados em seu filho, Jackson Oliveira Barbosa, 17 anos, o primeiro alvo do ataque ocorrido no último sábado (19). De acordo com moradores, o pai não estava no local do crime nos primeiros tiros, mas correu em direção ao filho quando ouviu os tiros.

Um morador, que prefere não se identificar, conta que ele chegou a falar com os suspeitos. "Na hora dos primeiros tiros, Jaquinho [como era conhecido o filho] caiu logo no chão. Eles chegaram mirando nele primeiro. Depois disso, Jackson apareceu, com as duas mãos para cima. Porém, ele perguntou aos caras o porquê de fazerem isso com o filho dele. Na hora, um deles nem disse nada, só atirou", lembra.

Os tiros dados em Jackson e Jaquinho levaram os dois a morte ainda no local. As outras vítimas fatais do ataque foram identificadas como Rodrigo de Lima dos Santos, Jackson Lima de Souza e Alan Veloso da Conceição. Entre os três, apenas Alan foi socorrido antes de morrer na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Marcos.

O crime foi registrado na Rua Osório Valente, na entrada do Loteamento Bosque Real. No momento do crime, suspeitos desembarcam de um carro preto em frente a uma barbearia, onde as vítimas estavam conversando próximo à praça do local. Um outro morador, que prefere não se identificar com medo, conta que Jackson Lima ainda tentou correr depois dos primeiros disparos, mas acabou sendo atingido por disparos feitos pelos suspeitos.

"Na hora que deram os primeiros tiros em Jaquinho, ele foi correr pelo beco para a parte de trás da praça. O problema é que eles [os suspeitos] deram muitos tiros e ele acabou caindo já na parte de trás", conta o morador, detalhando que os suspeitos estavam vestidos de preto e com brucutus na cabeça, o que impossibilitou a identificação deles. A fonte não soube dizer ao certo quantos homens desembarcaram do veículo no momento do crime.

Os moradores do Loteamento Bosque Real contaram que todas as vítimas eram nascidas e criadas no bairro. Segundo os vizinhos, as vítimas, com a exceção de Alan, tinham costume de ficar nas imediações da praça e da barbearia onde foram mortos. Normalmente, se juntavam para conversar, beber e ouvir música no local em que acabaram mortos.

Ainda de acordo com eles, no momento da chacina, dezenas de disparos foram ouvidos. No local, a reportagem localizou cápsulas de bala calibre .40, além de marcas de disparos na parede da barbearia onde o crime ocorreu. As circunstâncias do crime estão sendo investigadas pela Polícia Civil, através do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).