Caso Joel: 'Foi uma ação desastrosa, mas não foi intencional', diz advogado
Defesa quer enquadrar crime como homicídio doloso
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Millena Marques
milena.marques@redebahia.com.br
A segunda parte do segundo dia de julgamento do Caso Joel começou por volta das 14h desta terça-feira (7). Um dos advogados da defesa, Bruno Teixeira Bahia, foi o primeiro a apresentar argumentos para convencer o júri, formado por sete pessoas - cinco homens e duas mulheres.
Nos primeiros minutos de fala, o advogado do ex-policial Eraldo Menezes de Souza, responsável pelo disparo que matou a criança no Nordeste de Amaralina, em 2011, apresentou imagens (feitas com drone) do local onde o fato aconteceu e apegou-se ao momento em que o disparo ocorreu.
"A única pessoa que viu, senhor Edilson, disse que o policial estava debaixo do toldo. Eu entendo todo o sofrimento e dor. Estamos diante de uma tragédia, não estou comparando ou aquilatando as dores de ninguém", disse.
O promotor Ariomar José Figueiredo da Silva, representante do Ministério Público do Estado (MPBA), ressaltou que os policiais estavam no chão quando o episódio ocorreu e não de cima, como as imagens apresentadas pelo o advogado do defesa.
Ainda no momento de apresentação dos argumentos, o advogado de Eraldo disse que o caso deve ser tratado como um homicídio culposo - quando não há intenção de matar.
"Não posso considerar que a morte de uma criança foi uma ação exitosa. Foi desastrosa, mas não foi intencional. Foi a bala de Eraldo que atravessou a janela? Foi. (...) Para isso existe a figura do homicídio culposo", afirmou.
Na segunda-feira (6), no primeiro dia de júri, as testemunhas e os acusados foram ouvidos na segunda. O julgamento durou cerca de 11h. A família de Joel acompanhou até o final. A expectativa é de que sentença seja definida ainda nesta terça-feira.