Carro de dono do ferro-velho passa por perícia para apurar possíveis manchas de sangue
Marcelo Batista é apontado pela famílias dos dois jovens desaparecidos no bairro de Pirajá, como suspeito
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Elaine Sanoli
elaine.oliveira@redebahia.com.br
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Wendel de Novais
wendel.novais@redebahia.com.br
A Polícia Civil localizou um veículo, supostamente pertencente ao empresário Marcelo Batista da Silva, apontado por familiares dos jovens Paulo Daniel Pereira, 24 anos, e Matuzalém Silva, 25, como suspeito de envolvimento no desaparecimento deles. O veículo deve passar por perícia para investigar possíveis vestígios de sangue.
O carro foi encontrado em um loja, no município de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Avaliado em cerca de R$ 750 mil, o carro teria sido levado até a loja para realizar a troca do banco, que possuía manchas que poderiam ser de sangue. Ele passou por perícia e foi encaminhado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Itapuã.
Existe a suspeita de que o empresário tenha deixado o país, em meio às buscas pelos dois jovens.
As informações são da TV Bahia.
Procurada pelo CORREIO, a Polícia Civil confirmou que aguarda o resultado da perícia. "Diligências periciais estão em andamento e os laudos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) irão contribuir para elucidação de qualquer vestígio, porventura, encontrado", disse em nota.
Entenda o caso
Paulo Daniel Pereira e Matuzalém Silva estão desaparecidos desde o dia 4 de novembro. Os dois foram trabalhar em um ferro-velho, no bairro de Pirajá, mas não retornaram para suas casas. Após denunciar o desaparecimento dos jovens, as famílias suspeitam que o dono do ferro-velho, Marcelo Batista Silva, onde eles trabalham tenha envolvimento no sumiço. Na última quinta-feira (7), o Corpo de Bombeiros foi até o local para realizar buscas e retornou no dia seguinte com a Polícia Civil e uma ordem judicial, mas os jovens não foram encontrados.
A Polícia Civil da Bahia (PC) pediu a prisão preventiva do empresário, que já foi processado pelo crime de tortura contra pessoas que empregou. Em 2018, o Ministério Público Estadual (MPE), denunciou o empresário após um inquérito policial apontar a prática criminosa por ele cometida no ano de 2017.
"No dia 25 de setembro de 2017, por volta das 13h30min, no interior da empresa de reciclagens Pró Metais, no Km 9, bairro Pirajá, nesta capital, o denunciado constrangeu as duas vítimas mediante emprego de violência e grave ameça, com a finalidade de obter informações acerca da autoria da prática de suposto crime de furto na sua empresa", descreveu o MPE na denúncia submetida contra ele.
No documento, foram apresentados os laudos médicos que comprovaram as lesões dos funcionários que prestaram queixa contra Marcelo. No dia do crime, de acordo com o inquérito, o empresário teria prendido as duas vítimas no ferro-velho, acusando de pegar materiais do local.