Capitão da PM investigado por vender armas para facções é solto pela Justiça
Mauro das Neves Grunfeld é suspeito de integrar esquema de compra e venda de armamento; ele foi preso em maio
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Da Redação
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A Justiça concedeu liberdade para o capitão Mauro das Neves Grunfeld, da Polícia Militar, investigado por colaborar em um esquema de compra e venda de armas para facções criminosas na Bahia. O PM foi solto na quinta-feira (18) e responderá ao processo em liberdade provisória. A soltura foi confirmada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
Na decisão judicial - encaminhada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) ao CORREIO - consta que, "embora pairem indícios do envolvimento do mesmo no comércio ilegal de armas, não há elementos que façam crer que exerça posição de destaque ou chefia na suposta organização". O investigado ainda é réu primário e possui "bons antecedentes", segundo os autos do processo.
A liberdade provisória foi concedida mediante as seguintes condições: não alterar o endereço sem comunicação prévia ao Juízo; comparecer a todos os atos processuais; não se ausentar da comarca de sua residência, sem prévia comunicação, além da proibição de manter contato com qualquer pessoa vinculada aos fatos objeto da investigação em questão.
Qualquer descumprimento resultará em imediata decretação de nova preventiva.
Sobre o caso
O militar, preso em maio, nega as acusações. Grunfeld é ex-comandante da 41ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Federação). Além dele, outras 19 pessoas foram presas em maio na Operação Fogo Amigo. O PM chegou a ser escolhido como "policial militar padrão do ano 2023", pelos serviços prestados. Nas redes sociais, ele mostrava viagens para fora do país.
As investigações dizem que o policial fazia parte do grupo criminoso que comprava e vendia armas para facções, para abastecer facções que atuam na Bahia. O grupo incluía ainda outros oito PMs da Bahia e um ex-PM.
A quebra de sigilo telefônico dos envolvidos permitiu interceptar mensagens mostrando conversas de Grunfeld com o PM Gleybson Calado do Nascimento, que também é acusado de fazer parte do esquema. As conversas em 2023 mostram uma negociação por munições entre os dois. Depois, houve uma negociação por uma arma de fogo.
A defesa afirma que as compras eram para uso pessoal.
A reportagem procurou o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) para mais detalhes do processo e aguarda retorno.